A indiferença pode ser encarada como como uma espécie de morte?

Segundo Freud , a morte seria o mais grave de todos os infortúnios.

De todas as misérias, aquela que se revela nua, um convite ao precipício.

A morte tem sido um grande mistério, onde muito se tenta explicar, mas a verdade é que ninguém ‘ foi e voltou ‘, para descrever o seu processo. Embora, consiga receber inúmeras denominações, ela se apresenta para muitos, como uma espécie de ” Green Card”. Algo que nos leva a uma realidade que recepciona e acalenta ao mesmo tempo. Eis, uma explicação do suicídio, por exemplo. Quem opta por fazer essa travessia, faz com o intuito de chegar ao outro lado, sem peso na alma. Mas, vamos adiante, e quando essa morte não é física e sim, espiritual?

Quantos de nós já estamos mortos? Você parou para pensar? Quantos de nós, andamos corcundas, vazios de nós mesmos!? Intocável aos sentimento alheios?

Freud diz que o homem civilizado não carrega consigo características dos nossos antepassados. Lá, se matava por diversos motivos. Mas, a verdade é que todos nós devemos a natureza da morte, quer queira, quer não. A morte era descrita como uma espécie de necessidade. Particularmente, creio que parte de como a morte era vista lá, ficou adormecido no inconsciente, e trouxemos isso pra cá, para a realidade que nos cerca.

Morremos, mas essa ‘ ponte entre passado e presente, continua como via de acesso, onde muitos transitam de modo, a levar (desculpe- me a expressão), só os ossos. Um corpo sobrecarregado. Muitos andam que nem zumbis…

E dentro dessa reflexão podemos analisar só um lado da história, o que fala das tensões que afligem a estrutura física, mas corpo e alma. Isto sim ( também), devem ser conjugados juntos, porque a partir do mento em que a mente não consegue responder as de forma coerente todas as questões, a primeira manifestação dar-se no corpo. Sim, o corpo diz muito sobre com o estamos. Se deixarmos de nós alimentar direito, logo surge uma gastrite. Engordando, emagrecemos. O corpo manifesta aquilo que a mente tem dificuldade de saber se adaptar.

A psicóloga tenta explicar como tudo isso é manifestado na mente do indivíduo. Quando mente e corpo andam bem, tudo ficar harmônico.

Todavia, quando observamos o contrário, ocorre aí, uma espécie de desequilíbrio…

Quanto a alma ‘ apodrece’, o corpo responde imediatamente…

É o miserável que se arrasta e acena, mas o seu sofrimento não é visto. É isso leva o ser humano a uma espécie de loucura. A loucura que já levou muita gente a ser lançada fora , jogada ao mar do esquecimento ‘ poeticamente falando’.

De todos os infortúnios- aquele que não se encontrou respostas…até hoje.

Imagem: Amigos de Freud.

Texto: Marii Freire Pereira.

Desejado como a pureza de cada amanhecer

Assim é o seu amor,

Desejável ,

Doce,

Suave como o odor de fêmea prestes a amar.

Candura que que se transforma em astúcia na ausência do ser amado. Brinca, pula, e cria a imagem do prazer …

Se gritasse

Se tocasse

Você viria a galope…

Não

Não quero vulgaridade…

Quero o doce

O doce ingênuo que a pureza dos seus olhos me revelam

O meu coração é uma criança andando descalço sem confessar as suas maldades.

Marii Freire

Encerrar ciclos:

Recolher – se no silêncio de nós mesmos: -“No rascunho de nossas emoções…”

Talvez um dos momentos mais difíceis de nossas vidas seja aquele em que precisamos sacudir o que repousa dentro de nós, para começar a se amar.

Para recordar aquilo que somos, e que por algum motivo parece ter se afastado, dilacerado, transformando em silêncio e choro, um mundo que antes, era cheio de vida. A cabeça inclina,os braços ficam caídos, a alma arrasta-se pelo chão. É que nem folha chega, em que o vento leva aonde quer.

Há uma agitação constante em meio à um olhar áspero que temos sobre nós . Simplesmente a fragilidade chega e nos tornamos reclusos, ladeado de sentimentos…vago, inquieto o tempo todo…

Nem sempre é fácil diante de uma situação como essa, abandonar a si mesmo. Abandonar tudo aquilo que em certo momento nos trouxe vida, mas que completou o seu ciclo, e teve a sua devida importância, porém…acabou!

O dia seguinte é um convite. É isso mesmo, ele chega para todos. Quando você baixa o olhar é sinal que está procurando alguma referência para ter a frente o caminho a seguir. São novas coordenadas que você terá de mostrar habilidade necessária para devagarinho…caminhar. Claro, agora com um olhar no horizonte, cabeça erguida, passando a mão nas feridas, mas indo. Vá, se preciso até disfarce , a forma de pisar, já que os pés não conseguem ter apoio suficiente para aguentar o peso do corpo . Porém, o importante é o que lhe espera lá fora.

Gente, nada é mais miserável no ser humano do que bloquear as próprias emoções. Fingir que não dói. Eu conheço muita gente que vive uma vida de amarguras porque não conseguiu viver em harmonia consigo mesmo. Pessoas que escolheram a dor para lapidar. É horrível, pois são pessoas negativas, que só te coloca para baixo, que fere com palavras. Isso muito ruim, porque é uma forma dolorida para elas mesmas. São situações que nasceram na vida de pessoas que não souberam, ou mesmo quiseram romper com o velho, para conseguir recepcionar o Novo.

É preciso reconhecer-se na miséria de si. Ser capaz de dizer: ” eu não quero isso pra mim “. Eu consigo ser mais.

Pessoas que não sabem perdoar, machuca, é são capazes de destrói qualquer relação. Seja amizade, relacionamento. São em geral, tomadas pelo orgulho. E orgulho aprisiona, fecha os olhos para a realidade. É igual a um pântano, só tem água podre (…)

Se você chegar a essa situação, saia. É melhor averiguar a realidade e romper tudo com tudo aquilo que gera sofrimento.

Queira reconstruir…[re]comece. As vezes um passo atrás, significa dois a frente.

Tenha coragem!…

Boa sorte!!

Marii Freire Pereira.

Estranho Melancólico

Tenho saudade de mim mesmo,

Saudade sob aparência de remorso,

de tanto que não fui, a sós, a esmo,

e de minha alta ausência em meu redor.

Tenho horror, tenho pena de mim mesmo

e tenho muitos outros sentimentos

violentos. Mas se esquivam no inventário,

e meu amor é triste como é vário,

e sendo vário é um só. Tenho carinho

por toda perda minha na corrente

que de mortos a vivos me carreia

e a mortos restitui o que era deles

mas em mim se guardava. A estrela d’alva

penetra longamente seu espinho

(e cinco espinhos são) na minha mão.

Carlos Drummond de Andrade.

Fonte:Literatura Comentada. Livro pessoal.

Marii Freire

Soneto

Pálida, a luz da lâmpada sombria,

Sobre o leito de flores reclamada ,

Como a lua por noite embalsamada ,

Entre as nuvens do amor ela dormia.

Fonte: Álvares de Azevedo

Seleções de texto de Bárbara Heller

Literatura brasileira. Atual Editora

‘ Guernica’.

A obra surgiu através das mãos de Pablo Picasso denunciando os horrores do bombardeia a cidade basca de Guernica, por aviões alemães. Então, mais do significado artístico, ela tem um significado importante como o já dito aqui, ela tem um valor universal a humildade

Fonte: Revista Prosa Versos e Arte.

Marii Freire Pereira.

Quem inventou essa história de dividir a vida?

Seja lá quem for, deveria está com pressa,

pressa para avisar que está vivendo.

Claro!…

Precisamos evoluir mesmo, caminhar. Mas, não podemos desaprender o valor que é o de saber saborear a vida olhando para as coisas mais simples.

Saber que [apesar], do cansaço do corpo,

Temos sonhos , e para que estes, possam ser construídos do tamanho em que gostaríamos, leva tempo. E o tempo as vezes é mais forte…

É um rival capaz de matar- nos aos poucos.

Se você não aprende a negociar com ele, toda pressa perde o sentido.

Vá devagar,

Vá com calma…Se nela tiver alma, valerá a pena!

Diga, avise, faça um movimento ao tempo. Mostre- o ” Eu estou vivendo…”

Eu preciso ser inteiro, portanto, não sei negociar com a dor. Só o amor constrói, e o ‘bocado de chão’ que preciso não pode se desfez diante de mim…

Não quero, não posso, não devo competir com sorte.

Evoluir é isso, saber que em algum momento a caminhada irá ficar difícil. Mas, nós precisamos enfrentar.

Repousar os olhos em si mesmo, nas nossas atitudes e, conseguir nos desprender da aventura de negociar com a pressa.

O sol é soberano

Não dramatiza. Mais ainda, a sua liberdade não o incrimina. Assim, devemos aprender o significado de liberdade.

Dividir pra que?

Cega é a maneira de agirmos com pressa. Pra quê? Se o simples fato, de não saber esperar nos impossibilita de muitas coisas…

Vá devagar!…

Lembre-se: depois do pôr do sol, o nosso segundo desejo é alcançar as estrelas.

Marii Freire.

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