As pessoas esqueceram o que é o Amor

“O amor não é só a junção de pensamentos entre duas pessoas. O amor é sobretudo, a troca genuína de ações envolventes e atitudes importantes, que fazem com que o outro deseje ficar ao seu lado”.

É interessante você falar sobre amor nos tempos atuais. O amor atual é pautado no desajuste, na religião que cria objetivos importantes para melhorar a vida de um, mas que traumatiza o outro. Você nota que, dentro de uma relação, há quem seja submetido a situações extremas, até a pessoa não suportar e pedir a separação. Uma coisa que observo constantemente, é que, o amor atual, ou pelo menos o modelo dele é promovido diante da possibilidade de interesses. Ora, se antes o casamento, os relacionamentos era pautados em comércio entre as famílias, sim! Porque se “fechava negócios ” – não se falava em amor, as pessoas viviam diante do sentimento de ” honrar um compromisso ” de outrem, no caso, dos pais. Era uma obrigação justa? Não sei. Mas naquela época, se vivia à porta da dor e tinha que haver total comprometimento e aceitação diante disso, porque a resiliência de se manter preso à um compromisso era notória diferentede hoje. Hoje, por exemplo, mesmo tendo acontecimentos que se distanciaram tanto desse modelo de comércio, e as pessoas passaram a viver na órbita do amor, o amor romântico; vemos pessoas compartilhando em grande parte, as suas experiências, ainda com resultados eficazes, pautadas em situações que refletem o pensamento de outrora. Há algo errado com isso? Creio que não. Cada um é responsável pelas suas escolhas. Agora, o fato é que se lutou para sair disso. Até mesmo as leis melhoram para oferecer proteção ao amor quando os seus fundamentos são injustos. Todavia, se percebe que muitas pessoas continuam se casando por interesse. Sabe, é como se o ser humano, fosse uma espécie de mercadoria, onde ele/ela no caso, refiro-me tanto a homem quanto a mulher, tivessem “qualidades ” e não ” acolhimento ” do outro para ” oferecer resultado ” e eficácia, ao invés de ” compartilhar experiências próprias de um casal que se ama, respeita e detalhe – ” considera ” essa pessoa que escolheu para alimentar o desejo da felicidade mútua, tão importante na vida à dois.

Ao falar sobre a experiência do amor, se compreende que as pessoas hoje, são livres para ” escolher ” com quem desejam ficar. Porém, os interesses, as conexões sociais fazem jus em grande parte, o desejos e interesses do passado. O amor mesmo, é uma forma decadente diante de sua importância. Os bons relacionamentos não são vistos como uma riqueza. A riqueza é vista de outra forma. A gente sabe que os relacionamentos saudáveis protegem a saúde mental e emocional das pessoas, mas precisam ser fortalecidas e espiritualizadas, construídas pautadas em atitudes genuínas. Já os relacionamentos pautados em interesses, na maioria são tóxicos, porque não o ser humano que visto dentro deles, mas os interesses pessoais.

Nunca é demais enfatizar que para se ter uma bom relacionamento é preciso trabalhar, saber principalmente, respeitar a si e o outro. Pois, se você ama e compreende que existe essa necessidade de cuidado, a relação ganha qualidade, ao invés de dificuldades. Mas se você tem a visão de estar com uma pessoa, nutrindo o interesse por outras de fora é bom, dinyo muito, mas isso é ” ladeira ” certamente. Quantidade não faz ” qualidade ” e nem coopera para se ter uma relacionamentos duradouro como a maioria das pessoas desejam.

Evidentemente, há níveis diferentes de se relacionar. Mas quando não existe a preocupação do cuidado e sim, o controle, a posse, a prepotência se torna um fator evidente diante de quem deposita seus desígnios dentro da relação, ou seja, a sua lei, “quem manda em quem” Não é de se estranhar a quantidade de pessoas doentes, e mesmo assim vivendo uma obrigação injusta – cara inclusive, para ter alguém do seu lado. Viver numa relação péssima, é desafiador, mas tem muita gente que segura até o ponto do insuportável para garantir a permanência do outro ao lado.

Infelizmente, um relacionamento ruim tem os seus efeitos colaterais. Tudo o que se oferece dentro desse tipo de relação é injusto. E neste caso, digo que não existe um indivíduo rebelde, mas um ser que busca voltar para o seu próprio caminho; quando quer voltar, claro- por vontade própria, mesmo que no fundo, essa pessoa não quisesse escolher isso. Todavia, ela por não ter saída, escolhe viver o direito de ser livre novamente.

Como podemos notar, o amor ignora a culpa dos humanos. O amor não cabe em medidas mínimas, não se submete a autoridade, situações traumáticas, nem se deixa dominar por atitudes mesquinhas. Muitas pessoas por não saber a medida do amor, vivem coisas horrendas, até se cansarem. Ou até compreender que nunca viveram o amor.

É por isso que o amor é tão caro. Ele não assume a responsabilidade da atitude grandiosa de ninguém. Embora, muitos usem seus disfarces para justificar o vazio emocional que lhes pertencem, os desejos, ou mesmo a questão de abandonos, o que gera ferida emocional- o amor não preenche essa lacuna, porque falta atitudes humanas que honre esse compromisso. Ora, há quem ache “amor no prostíbulo”. As prostitutas estimulam mais os homens com as suas atitudes e performaces sexuais do que uma mulher que foi educada para ser uma boa esposa e boa mãe. Você compreende como são fontes diferentes, onde se busca respostas aos próprios interesses? Às vezes, o homem tem uma mulher maravilhosa so lado. Uma pessoa incrível que é e faz tudo por ele e para agradá-lo. Mas até quando ele transa com ela, faz menção as prostitutas com quem se envolveu na vida. E a mulher fica nessa de não fazer muita diferença. Eu arrisco em dizer que as experiências são molas propuldoras dos nossos pensamentos. E aí, volto novamente ao início desse texto, em afirmar que ” o amor é pautado no desajuste ” e tudo começa pela maneira de pensar, e principalmente, se comportar. Se a sociedade cultiva pensamentos distintos entre homens e mulheres, a resposta para essa questão, certamente, vem antes dos atos. A verdade é que, vivemos numa sociedade onde sabemos lidar com os traumas de péssimas relações, mas necessariamente, não conseguimos encarar àquilo que se espera do amor. Poucos são os que compartilham de s uas experiências- experiências saudáveis. Um bom relacionamento supre as necessidades humanas, mas há aqueles em ordem de desobediência. Sim, a natureza humana é transgressora, não. Infelizmente, os nossos problemas começa na gênese humana, e tudo vai se fazendo ” adaptações ” e ressignificados para se manter a esperança das nossas experiências, inclusive do amor.

Amar é sobretudo viver num estado de completa vigilância não do outro, mas de nós, dos sentimentos, dos alertas, que servem de autocensura e uma série de problemas. Falar sobre amor hoje, faz com uma pessoa pareca ingênuo diante de uma sociedade que escolheu formas mais interessantes para viver os ela “compreende como amor”. Claro, não digo que resolveu os seus problemas. No entanto, eu pergunto ” cadê o sentimento?” Cresce uma série de problemas emocionais, porque que se busca resultados negativos. E as condutas sábias, se restringe, porque o caminho do prazer é um guia confiável. Não o correto, mas o amor vai além do que se fala- faz.

Marii Freire. As pessoas esqueceram o que é o Amor

https://Pensamentos.me/VEM comigo!

Imagem: pinterest/ Tumblr

Santarém, Pá 27 de abril de 2023

Publicado por VEM comigo!

Bacharela em direito, Pós- graduada em Direito Penal e Processo Penal.

2 comentários em “As pessoas esqueceram o que é o Amor

    1. Sim, é comum vermos essa situação. Mas o texto em si, se volta a questão da liberdade que as pessoas têm para amar, escolher seus parceiros, sem atender a vontade de outrem, como o modelo onde os pais escolhiam com que os filhos deveriam casar-se. Hoje, nessa coisa de viver o amor romântico, se observa que as relações se desvencilharam mais dessa obrigação. Todavia, os casamentos continuam em parte sendo um bom negócio.

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