[…]
Estou procurando, estou procurando. Estou tentando entender.
Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda. Não confio no que me aconteceu.
Aconteceu-me alguma coisa que eu, pelo fato de não a saber como viver, vivi uma outra? A isso quereria chamar desorganização, e teria a segurança de me aventurar, porque saberia depois para onde voltar: para a organização anterior. A isso prefiro chamar desorganização pois não quero me confirmar no que vivi na afirmação de mim eu perderia o mudo como eu o tinha, e sei que não tenho capacidade para outro.”
Clarice Lispector. A paixão segundo G.H. para amar Clarice: como descobrir e apreciar os aspectos mais inovadores de sua obra/ Emília Amaral. 1ed. Faro Editorial. Barueri. São Paulo, 2017
Marii Freire Pereira
https://pensamentos.me/ VEM comigo!
Imagem: Marii Freire Pereira
Santarém, Pá 14 de março de 2021

Você precisa fazer login para comentar.