Tu és o louco da imortal loucura,
O louco da loucura mais suprema.
A Terra é sempre a tua negra algema,
Prende- te nela a extrema Desventura.
Mas essa mesma algema de amargura,
Mas essa mesma Desventura extrema
Faz que tua alma suplicando gema
E rebente em estrelas de ternura.
Tu és o Poeta, o grande Assinalado
Que povoas o mundo despovoado,
De belezas eternas, pouco a pouco.
Na Natureza prodigiosa é rica
Toda a audácia dos nervos justiça
Os teus espasmos imortais de louco!
(Idem, p. 102)
Literatura brasileira. William Cereja e Thereza Cochar. 5 ed reform. Atual. São Paulo, 2013
Marii Freire Pereira
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Santarém, Pá 14 de novembro de 2020