O tempo é um juiz sábio, não pelo claustro de seu silêncio que vive a sentenciar conforme a sua cabeça “. Mas, um senhor que sabe perder aos poucos ‘ resumir os seus capítulos ‘, para encontrar o inelegível e torná-lo conhecido a uma nova ordem.
” […] todas as histórias passam por ele. Todos os lenços, lágrimas, dores. Nunca vi um retrato da memória feito a óleo que não tivesse a sua necessidade estapada, com idéias que clamam por alforria.
O tempo tem uma ligação estreita com o coberto e aquilo que precisa se descobrir. Nele há um propósito amigo. O que é um amigo? O amigo de verdade não é aquele que faz você ‘ aflorar’, ou seja, vir de dentro pra fora? Assim também é o tempo. Ele revela o melhor e o pior do que somos. Só ele consegue nos atualizar, oferecer reflexões riquíssimas sobre o que precisamos olhar com olhos de descoberta mesmo, sabe? Ah, o tempo corrói ilusões. Desconsidera o perecível…
O tempo torna conhecido os nossos caminhos. Revela o inconfessável. Respeita o formoso. Abraça o incompleto. Coloca a verdades diante da mesa, desde cedo.
Ele entranha nas nossas profundas camadas, reconhece o que é fiel, o que é verdadeiro, e depois de muito tempo, veja que ironia, descobrimos ‘ moídos’, que somos perecível a ele.
Às vezes corremos tanto atrás da sorte e nem nos tamos conta que ‘sorte e tempo’ têm uma relação estreita. Um desgasta e o outro é tão preciso porque vai sendo tecido na essência do observamos, cuidamos, contemplamos, amortecemos, dimuimos até ficar num tamanho proporcional para ser acomodado com conforto dentro de nós.
Como não amar o tempo? Os ganhos? A história? Um senhor tão forte que vive acima das ambições estéreis.
[…]
Marii Freire Pereira
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Imagem: Pinterest. Travel or Die trying
Santarém, Pá 28 de setembro de 2020