“Meu choro não é nada além de carnaval
É lágrima de sambra na ponta dos pés
A multidão avança como vendaval
Me joga na avenida que não sei qualé
Pirata e super homem cantam o calor
Um peixe amarelo beija minha mão
As asas de um anjo soltas pela chão
Na chuva de confetes deixo a minha dor
Na avenida, deixa lá
A pele preta e a minha voz
Na avenida, deixei lá
A minha fala, minha opinião
A minha casa, minha solidão
Joguei do alto do terceiro andar
Quebrei a cara e me livrei do resto dessa vida
Na avenida, dura até o fim
Mulher do fim do mundo
Eu sou e vou até fim cantar
Meu choro não é nada além de carnaval
É lágrima de samba na ponta dos pés
A multidão avança como vendaval
Me joga na avenida que não sei qualé…”
Elza Soares. Mulher do Fim do Mundo
Marii Freire Pereira
VEM comigo!
Imagem: m.gp1.com.br/ Instagram: Elza Soares
Santarém, Pá 15 de Julho de 2020
