Violência Contra a Mulher

A Maria da Penha é uma mulher merecedora desse sorriso leve. Afinal, ela teve uma vida marcada pela violência, e sabemos o quanto é difícil sorrir diante dessa realidade”

Marii Freire.

Quando comecei escrever sobre violência, isso ainda na faculdade, a Maria foi esse ícone de grande inspiração pra mim. Claro, ela é para o mundo, mas de fato, a Maria da Penha, acaba sendo um norte no tange a luta contra o Feminicídio e a Violência Contra a Mulher.

Eu li a história dela, vi muitos de seus vídeos e fala para compreender melhor algumas coisas que não eram claras pra mim. Então, como dito anteriormente, eu abracei a violência contra a mulher como causa maior, ainda na faculdade, que foi ali o período quando escrevia textos comuns sobre violência e publicava no Facebook. Os amigos mais antigos de Facebook, sabem exatamente dessa minha predileção por escrever textos relacionados à temas ligados ao direito, entre eles, a violência. Na verdade, eu fui me sensibilizando com a causa, no início mesmo do curso de Direito, e ao assistir as palestras, atuar no núcleo de prática jurídica da faculdade que também trabalha a violência, isso foi se tornando comum pra mim. Eu gostei tanto que hoje é a maior bandeira que levanto em defesa da mulher.

” Solidarizar-se com uma causa como a violência contra a mulher, e ter consciência do sofrimento que muitas viveram durante séculos e vive ainda, porque essa realidade continua existindo em muitos lares, é compreender as suas dores. A luta contra a violência é justamente para que se consiga transformar essa realidade em relação à mulher e, ao mesmo, lutar para que ela deixe de apanhar e morrer por tão pouco “

Aqui, nós estamos falando do sujeito homem que mata com requinte de perversidade. Quantas e quantas mortes não acontecem de forma que causa comoção social? Muitas. Mas não basta se assustar quando essa mulher estiver morta- o que tem que ser feito, deve ser realizado antes, porque morta, de nada adianta. É como escrevi no meu livro: MULHER Do ostracismo à luta pelos direitos nos dias atuais:

” Muitas mulheres só tem condições de terem suas causas vistas quando morrem” não é? Porque, em vida, elas se sentem sozinhas”

Parece exagero para você? Não. É uma realidade. Primeiro, “o Estado mesmo cumprindo o seu papel em relação à essa mulher, ele não tem condições que prestar assistência 24 horas às vítimas de violência” ( Mulher do ostracismo à luta pelos direitos nos dias atuais), a verdade é essa. Há uma falha que não foi considerada neste caso pelo próprio Estado, e é ela que coopera para que o agressor adentre no lar e mate a sua vítima. Você compreendem como o preço de uma vida é caro demais? A violência doméstica é um pesadelo interminável que assusta e chama atenção da mulher, da sociedade e das autoridades.

A mulher sofre todos os tipos de violência sozinha, e na maioria das vezes – calada. Há situações em que mesmo contando, ela passa pelo descrédito de sua fala. Eu estou falando a respeito de problemas que tem um peso cultural muito grande, e que não pode ser visto com pouca importância. A violência é um problema de todos nós. Quando digo todos, é porque os homens têm parte nisso- e devem despertar para o problema.

Eu como mulher, espero que mesmo em meio às dificuldades, a gente encontre motivos maiores para lutar, para enfrentar esse problema com mais lucidez e segurança. Não podemos continuar morrendo de forma gratuita.

Marii Freire. Violência Contra a Mulher

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Imagem:pinterest/BuzzFeed

Santarém, Pá 3 de março de 2023