Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica

A violência doméstica é problema que sempre aconteceu “da porta pra dentro”. Costuma- se dizer que, esse tipo de violência é difícil de ser comprovada, porque é uma violência intramuros, e que muitas vezes, as únicas testemunhas desse tipo de acontecimento são os filhos. Estes, forçados a assistir a mãe sofrer agressão verbal ou ainda física mesmo, disfarçadamente, apesar de olhar para fato com tristeza, ambos sempre seguiram juntos levando essa mácula do pai como exemplo para o resto de suas vidas.

Quem nunca ouviu a clássica frase: ” Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”, certamente todos. Todos porque esse tipo de situação acontecia de maneira velada. A sociedade sempre teve consciência disso. Mas como não havia lei que protegesse a mulher, o que doía hoje, amanhã poderia ser ” consertado ” com um ” agrado “, ou com a difícil tarefa de que ” o amor a Sagrada Família ” deveria ser maior do que o fato de ter que esconder as dores causadas pelos machucados de outrora.

Nós mulheres fomos educadas para saber lidar com homens difíceis, diria mais do que isso, diria que ” fomos ensinadas a consertar os casamentos ” por mais desafiadora que fosse essa tarefa. Independente da idade, nossas avós, senhoras já sofridas, tinham que saber servir nossos avós como seres aprenderam com suas mães, tias e pessoas próximas à família.

Você nota como a violência doméstica é acompanha por toda uma linhagem e como ela faz parte de todo um contexto histórico que segue religiosamente, a maneira de como as pessoasse comportam dentro da família? Sim, ela encorpora tanto fatores morais, quanto o que diz respeitoa os costumes, as tradições e o que resta disso e, vai sendo alimentado de pai para filho, mãe, etc. Mais ainda, e que esse fenômeno nos acompanha até os dias atuais? Sim! Estamos falando de ” conceitos de família ” que tradicionalmente, são cultivado de geração em geração. E também no que diz respeito à questão da forma de pensar que é o que mais compromete a saúde da família hoje, que é a mentalidade voltada para o passado, assim como a repetição de velhos comportamentos que é onde ocorre ” os erros” vou dizer assim no que se refere a violência.

Não é à toa que, quando se faz esse olhar para o passado, vemos muito dessa violência hoje entre nós. Só para se ter uma ideia do que estou falando, se por acaso, a mulher diante de uma situação de violência ( algumas ), se posicionar, digo mostrar a sua coragem e falar que não concorda com a postura do marido, companheiro/companheira ou namorado, essa pessoa, certamente irá buscar compreender isso como uma afronta. Quer dizer, é o primitivo que fala, é nele que se busca os argumentos para saber lidar com aquela situação. Por que estou dizendo isso? Porque em tempos pretéritos, não havia diálogo, havia o uso da força para mostrar quem mandava, quem era o senhor a ser obedecido. Torno a perguntar novamente: por que senhor? Porque no passado, as mulheres chamavam os seus maridos de senhor, ou seja, o homem a quem deviam obediência e respeito.

Se por acaso, a mulher se sentir pressionada hoje, dentro de sua relação- é claro que muita coisa mudou principalmente no que tange a lei de proteção a mulher, mas ainda assim, digo ” havendo todo esse respaldo da lei”, o que mais vemos, é o uso da força, do poder ” exercido pela violência “. Então quando se olha a questão da violência, estamos falando de uma relação umbilical entre passado e presente que ainda não foi cortado. Se a mulher se permitir apanhar, ela fica irreconhecível de tantos hematomas pelo corpo. É um fato isso. A questão do desrespeito é real. Não é normal, mas acontece com frequência, o que mais vemos são situações ,onde há o assassinato de mulheres com requinte de crueldade.

A violência acontece dentro dos melhores e piores lares. Como ela acontece? Com um abuso sutil, um empurrão, um tom mais elevado de voz. Então é importante que a mulher esteja atenta aos sinais para identificar e pedir ajuda para sair quando não conseguir realizar essa tarefa sozinha. Se você é mulher e passa por situação de violência, peça ajuda! Temos Campanhas importantes como o Sinal Vermelho do CNJ quem tem ajudado muitas mulheres a denunciar de forma anônima. Existe também o 180 que você pode ligar e muitas outras formas de você mulher quebrar o silêncio. Vá a uma delegacia especializada, fale com uma amiga, familiares, mas não sofra calada.

Denuncie!

Marii Freire. Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica

https://Pensamentos.me/VEM comigo!

Imagem: pinterest/ Portal CNJ

Mulher Do ostracismo à luta pelos direitos nos dias atuais

Santarém, Pá 28 de dezembro de 2022

Publicado por VEM comigo!

Bacharela em direito, Pós- graduada em Direito Penal e Processo Penal.

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