Salvo pelo último raciocínio, o homem arregala os olhos- com toda ferocidade. E desperta para entender, ver o que vale a razão do seu sorriso, após lutar contra tudo aquilo que não se acostuma, nem torna bonito os seus dias.
A vida não é o que se imagina. Não, ela não é um mar de rosas. Em grande parte, a vida ou o que sobra dela, transforma-se num imenso campo de trigo. Todo o nosso movimento existencial cintila nesse ato de ” ir e vir..” – Tudo começa e recomeça novamente, ” início e extremo” se conecta em um curto espaço de tempo. Com tanta confusão, movemos os nossos passos rumo ao que de alguma forma, reforça a nossa fé, coragem e força. A verdade é que se caminha em direção a esperança. É por meio dela que se vislumbra toda beleza da vida, mais do que isso, vimos a manifestação do que nasce das cinzas ” – e após essa sequência, a vida acontece.
” A vida acontece em meio às imperfeições”
A vida ao extremo, acontece em lampejos, reflexos na escuridão – pesados em obscuridade, a falta de razão nos mata, aniquila sonhos. Resta- nos buscar no último ato de fé, a estranha mania de acreditar na vida e no que “permanece intacto”, guardado em nossa memória silenciosa, e ao mesmo tempo, no que faz-nos acreditar em acontecimentos bons, produzidos num silêncio apaziguador que fala ao nosso íntimo.
É através do silêncio que se ouve, se reordena, e iniciamos os nossos capítulos, considerando as nossas construções fragmentadas de calmaria e esperança, buscando nesse fio imaginário, as respostas que trazem melodia a alma, depois de suportar as pancadas e o duro sofrimento a que somos expostos diariamente.
Só assim, a sequência da vida acontece, – e dentro do coração do homem solitário, não basta abstrair-se ou tentar mudar a sua natureza. Mas, concentrar-se em sua imaginação criadora e recobrir-se de fé para atenuar as pegadas de homem descrente. Sim, todo homem culto, inclusive o mais simples, reza. Rezar é sobretudo, exercer uma ação no plano espiritual, é passar à frente os problemas sem alarde. “Você reza! Ah, eu também”. Tem horas que, o que nos salva é o último raciocínio, é o último ato de falar baixinho e selar as palavras com fé. A fé é um ato de confiança humana num plano espiritual, que não comporta a razão, mas acolhe tudo o que nos trás paz.
Marii Freire. O último raciocínio
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Imagem: pinterest/ Sarah
Santarém, Pá 24 de novembro de 2022

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