Avesso

O caminho de dentro, deve ser sempre o mais bonito. Deve ser dentre outras coisas, feito como, quase como quem faz uma construção artesanal. Calculado com paixão, pensando num futuro luminoso para não nos perdermos nos momentos em que, a vida pede por prudência diante dos seus avessos.

É preciso ter sempre cuido com a maneira de desemaranhar o fio de seda da regeneração de tudo aquilo que a gente tenta evitar que nos aconteça- e que acontece! A morte vem, ela sempre movimenta a vida. As duas são basicamente, a mesma coisa. Todas as vezes que os nossos movimentos se enfraquece, é como se deixássemos de agir, e justamente a vida, como seus ciclos deixam de fazer sentido. E deixa, porque o tempo é voraz, e o medo é a única compaixão que fica ao nosso lado no fim. Não é estranho? Mas o medo não é novidade pra mim e pra você. Às vezes o que ele faz é arrumar uma desculpa qualquer para evitar um fim prazeroso, por isso, causa temor. Mas nem tudo acaba assim, de ” qualquer jeito “. Não, o grande segredo de arrastar o que se constrói do lado de dentro é revirando os nossos avessos. Os alicerces, a força, as imagens positivas, a paixão, são aquilo que se tem como a grande recompensa da vida. Da vida revestida da esperança que não definha, mas reage diante desse santuário iluminado chamado lucidez. É através desse mecanismo interno que se vislumbra a abundância da vida.

Marii Freire. Avesso

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Imagem: pinterest/ Cyd Converse/ The Sweetest Occasion

Santarém, Pá 18 de setembro de 2022