Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao Leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d’ amplidão!
Hoje…o porão negro, fundo.
Infecto, apertado, imundo,
Tendi a oeste por julgar…
E o sono sempre cortado
Pelo arranco se um finado,
E o baque de um corpo ao mar…
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder…
Hoje…cúm’ lo de maldade,
Nem são livres p’ra morrer…
Prende- os a mesma corrente
– Férrea, lugubre serpente-
Nas rosas da escravidão.
E assim roubados à morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoite…Irrisão!…
(Castro Alves. Fragmento de O navio negreiro- tragédia no mar.)
Literatura brasileira em diálogo com outras literaturas e outras linguagens. 5 ed reform. Atual Editora. William Cereja e Thereza Cochar. São Paulo, 2013
Marii Freire
https://Pensamentos.me/VEM comigo!
Imagem: pinterest/ Estudo Pratico
Santarém, Pá 10 de agosto de 2022

É para pensar…
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Terrível! Eu fiquei pensando nos horrores ao postar!..
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❣️
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