Muitas mulheres em nome do amor que dizem ter por seus parceiros, suportam todo tipo de situação. Elas deixam ser quem são, para viver totalmente para os seus parceiros/ parceiras. É a mulher desinformada que também é chamada de presa ingênua, que suporta ficar anos numa relação familiar fracassada. Do amor, a cura das feridas, essa mulher acredita que todas as respostas que precisa na vida, sempre virá do parceiro, ou seja, ela tem total dependência desse homem. Diz-se que, simplesmente, ela se abandona, deixa de viver para viver para a outra pessoa.
A mulher que se afasta dos próprios caminhos, que põe a sua vida nas mãos de quem diz amar, ela é ingênua, pois “se acostuma com tudo, até com a violência “. Dentro de situações abusivas por exemplo, esse parceiro manipula essa mulher, comete erros imperdoáveis, e lança sobre ela toda culpa. E, por incrível que pareça, ele a convence de que a sua má conduta é resultado das ações de sua parceria.
Do ponto de vista psicológico é bastante comum esse tipo de situação. Pelo fato da pouca informação, e essa vítima confiar extremamente nesse homem, que às vezes é carinhoso e em outro momento, a manipula com naturalidade, ela aceita aquele raciocínio rotineiro de convencê-la de que ele está certo. Ignorante aos próprios aspectos de sua vida, ela acredita quando ele diz que a ama. Assim quando a seduz com palavras, prazer: sexo caprichado. O problema é que, quando esse homem usa a ingenuidade dessa mulher no sentido de prejudicá-la, de maltratar, faltar com respeito e até machucá-la, ele faz com ela o que bem entende. É como se fosse só um objeto nas mãos desse homem, como é o que acontece com inúmeras situações abusivas.
Muitas mulheres aceitam viver nesse tipo de situação, mesmo compreendendo que há coisas que a desagrada ou deixe triste. Meio que falsamente, ela acha que aquilo é natural, porque que faz parte da vida a dois. Então, por aceitar uma vida razoável e acreditar que é indefesa e também por ter a questão da dependência emocional, ela vai aceitando tudo aquilo que a sua intuição ignora, que é os pequenos abusos, a violência, a falta de respeito em alguns casos. Isolada e pensativa ela mesma passa a se perguntar: ” Quanta dor você já suportou calada? Ou quantas coisas já silenciou para não criar uma situação embaraçosa, para não desagradar o parceiro.” Aos poucos, ela mesma, começa a fazer várias indagações sobre o que acontece ao redor, e passa a compreender que algo precisa ser mudado.
É interessante como a mulher deve aprender a confrontar a sua dor, ou no caso, a violência. Na verdade, tudo o que machuca. É preciso que ela esteja “cara a cara” com a dor, porque só assim, digo “entendendo o que causa desconforto” é que irá olhar para o que antes ignorava, ” Quando tiver consciência disso, ela saberá que é o momento de sair da relação abusiva“. É a própria imagem dessa mulher que deve servir de porta indicativa que é o momento de cuidar dela, do que sobrou e seguir a própria vida.
Marii Freire. Presa Ingênua
https://Pensamentos.me/VEM comigo!
Imagem: pinterest/ Becky’s Fund/ Domestic Violence: Power Stringgle/ Wilth Lasting
Santarém, Pá 2 de agosto de 2022

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👌
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Mais que perfeito!👌
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