” A mulher que é vítima de violência doméstica, ao invés de ter o apoio da família, muitas vezes sofre retaliações ao externizar a violência que sofre dentro do lar. Essa mulher que deveria ser acolhida ” ouvida” e encorajada a não aceitar conviver de forma pacífica com agressões, simplesmente, passa a ” baixar a cabeça ” e se calar, porque se sente impotente, desamparada e também desorientada dentro da sua necessidade de vítima. Para deixar a situação ainda mais difícil, essa mulher tem que lidar não só com forças contrárias, mas lutar pelo instinto instinto de sobrevivência. Muitas não vivem [ sobrevivem ] dentro de seus próprios limites. Convencidas de que têm que suplicar diante de suas próprias necessidades, sem informação e apoio, elas se submetem aos desígnios daqueles que lhes agridem, ou seja, seus maridos, companheiros e namorados. Essa é, sem dúvida, uma forma cruel de violência velada.
Quando descobrem que estão totalmente destruídas, culpam-se por terem contribuído com um cenário de dor, e porque não dizer ” desaparecimento?” Sim, essas mulheres se anulam tanto, a ponto de acreditar que elas são responsáveis pelo que já foi mencionado aqui, ou seja, dor, sofrimento e instinto de sobrevivência. É triste constatar como a grande maioria, não consegue discernir nem o que vivem. Às vezes a violência é tanta que essas mulheres esquecem de quem são, ou de que existe uma vida que vai além do que estão vivendo. Só há a constatação do momento atual. E a gente sabe que não, porque existe uma vida após tudo àquilo. Então é necessário alertar essas mulheres para que elas possam despertar.
É sabido que, a mulher só não fala abertamente, acerca da violência que sofre por parte de seu parceiro, por medo de julgamentos, dentre outros motivos, é óbvio. Há tantas que dizem ” Eu fiz o que pude pela minha família ” sem entender que só o que ela fazia não era suficiente para manter a saúde da família, assim como da relação. A verdade é que a mulher ainda se vê como responsável pelo sucesso do casamento, do relacionamento, do namoro. Não que de fato, ela seja. Porém, há uma cobrança muito grande a respeito disso. “Ou ela tem que perdoar muito as falhas do parceiro”, isso inclui em ter que aprender a lidar muitas vezes com a falta de respeito, a violência propriamente dita, e muitas outros cobranças. Mas, o que ela não considera é que, todo esse resultado negativo vem de anos do que fora abdicado em prol de quem deveria amá-la e respeitá-la. Essa mulher muitas vezes, não entende que ela é uma vítima, portanto, não pode ter cobrança exacerbada nesse sentido. É preciso sim, se compreender mais, se acolher da forma correta para que através de tudo isso, ela possa encontrar forças para sair de um relacionamento ruim por exemplo.
É a mulher que, aos poucos vai mudando a sua história, a história de violência que às vezes vive. É só através dessa forma nova de pensar, que ela encontrará mecanismos que facilitem a construção de sua própria trajetória. E, dentre eles, vencer a violência é extremamente importante à ela. Pois, por ter vivido tantos anos calada, hoje a mulher pode reivindicar os seus direitos.
Marii Freire. Violência Doméstica
https://Pensamentos.me/VEM comigo!
Imagem & criação: Marii Freire/ Pensamentos.me/VEM comigo!
Santarém, Pá 28 de julho de 2022

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