Violência Contra a Mulher

Na atualidade, mulheres continuam morrendo todos os dias. E, ao contrário do que se imagina, a violência não começa com um tapa, com um empurrão, ou palavras que ofendem a honra dessa mulher. Não, a violência começa por expressões simples como: ” Não use essa roupa” ou “não use esse batom, não saia tarde da noite”. Resistir a não querer enxergar essa situação emblemática, é cooperar para esse quadro de violência contra a mulher .

O silencio mata

O silencio é o maior ato de permissão para as mais variadas formas de violência contra a mulher em nossa sociedade. A grande tragédia relacionada a família, baseia-se em características ainda atual. Estas, atreladas a regras rígidas como controle, o desejo do ato sexual, a dominação dessa mulher de diferentes formas, assim como a subordinação diante de fatores limitantes. Claro- que são resquícios do patriarcado, mas que se traduz todos os dias em nossa forma de atuar.

Muitos problemas relacionados a violência contra a mulher, começa pela falta de uma boa reflexão em a diversos questionamentos. Um bom exemplo é ” O que faz um homem pensar que tem o direito de tirar a vida da ex- esposa?” Ciúmes? Estamos nós, na época Medieval? Ou seria os muitos desdobramentos sociais que a mulher vem enfrentando até hoje? Ora, é recomendável essa análise. Afinal, é o masculino que “querendo ou não” diz como essa mulher tem que ser e, como deve se comportar em nossa sociedade. É indispensável olhar para muito daquilo que é limitante e, ao mesmo tempo, não avaliar o resultado que quase sempre termina em tragédia. Há uma resistência velada pelo silêncio que sustenta muita dos resultados trágicos que temos. O feminicídio é uma delas. Lembrando que ” a tragédia do feminicídio”, não é o produto final. Ela não se concretizar somente, com o assassinato de mulheres.” Não, ela começa pela violência que nasce de maneira sucinta em lugares e espaços que predeterminados pela cultura, evidência essa forma de controle e opressão sobre a mulher.

Talvez um dos elementos primordiais que deveriam ser visto, e não é, seja a real falta reflexão sobre a educação, bem como, a construção do feminino na nossa sociedade. Ainda se educa o menino para quando este se tornar homem, se relacionar publicamente, assim como no particular das mais variadas formas. Enquanto isso, a mulher recebe uma educação cheia de regras limitantes. É essa identificação sublinhar de aceitação, que apesar de complexa, gera muitas diferenças. E, na prática, são essas diferenças que nos faz refletir no adorno que damos à elas, sem levar em consideração a negligência ou talvez a imprudência desse olhar sobre nós mesmas. Eu como mulher, vejo que é desafiador manter-se sóbria sobre muito daquilo que fere os nossos direitos.

Ora, um homem pode dizer que a sua namorada ou esposa, não vai usar uma “roupa decotada, ou curta ” como é comum vermos a verbalização desse tipo de fala. Mas, ele não está dizendo por por ciúmes. Toda vez que um homem se expressa dessa maneira, ele simplesmente, procura exercer o seu contra sobre aquela mulher. ” Use uma roupa ou acessórios que chamem menos atenção”. Muitas pessoas podem pensar que isso possa refletir uma forma de gostar ou como foi citado no texto, é ” ciumes “. Ledo engano! Esis qui um fator limitante e opressor. Esse é o lado masculino que se potencializa na relação de forma clara. A mulher por sua vez, para ” agradar ” ou mesmo não criar ” atritos” com o seu parceiro, ela cede. Por conta desse fator limitante, na maioria das vezes, ela vai sendo ” podada ” para se sujeitar a uma imposição masculina. E, sabe o que mais impressiona? É que, “aqueles que estão desse lado” reforçam esse fator limitante. Às não só o próprio homem, mas muitas mulheres.

Os pilares da nossa sociedade em relação a construção do feminino, ainda lança o seu foco nos mesmos elementos de séculos atrás, ou seja, na repressão da mulher, não só em relação à crenças, mas em comportamentos limitantes. A verdade é que a mulher tem uma ” falta positivada” em muitos espaços e é contra isso que ela deve continuar lutando. Muitos dos nossos problemas se concretizam diante da potencialização do inadmissível. Um excelente exemplo do inadmissível neste caso, é a violência dentro e fora do lar. Esta é simplesmente intolerável.

Não é a vestimenta, não é o grito, a falta de respeito e consideração que mais nos preocupa. O que realmente causa inquietante e contribue para esse cenário de insegurança e resistência é o silêncio. O silêncio mata todos os dias.

Conformar-se com a violência ou qualquer forma de brutalidade é também cooper para o inadmissível, que é a morte de mulheres em nosso país. Depois de séculos de sofrimento e dor, é preciso crescermos. Crescermos em consciência e multiplicar os nossos direitos, de modo que, possamos caminhar confiantes.

Marii Freire Pereira. Violência Contra a Mulher

https://Pensamentos.me/VEM comigo!

Imagem: pinterest/ Rede Brasil Atual

Santarém, Pá 11 de julho de 2022

Publicado por VEM comigo!

Bacharela em direito, Pós- graduada em Direito Penal e Processo Penal.

7 comentários em “Violência Contra a Mulher

  1. Todo e qualquer crime é cometido por pessoas sem amarras sociais e legais. Sociopatas, psicopatas, mau-caratismo, etc… não tem grita que sane o mal. Adão e Eva desobedeceram ao CRIADOR sem nem pestanejar; Caim não deu a mínima para DEUS quando alertado que poderia vencer o pensamento maligno de fratricídio.

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      1. Concordo😟 Inspiração de Ted Bundy😩
        “A sociedade quer acreditar que pode identificar pessoas más ou prejudiciais, mas isso não é viável. Não há estereótipos.”
        “Eu conheci muitos homens motivados a cometer violência como eu. Sem dúvida e sem exceção, cada um deles estava profundamente envolvido na pornografia.”
        “Há muito mais pessoas viciadas em pornografia e você não está fazendo nada a respeito. Não há proteção contra os tipos de influências desencadeadas em uma sociedade que tolera pornografia.”

        º E aprendendo com JESUS: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. Mateus15:19 <> Marcos7:20-23

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      2. Eu compreendo a sua colocação e preocupação.
        Bem, a violência pode surgir de diferentes questões que temos na sociedade. E, eu procuro trabalhar a questão da violência contra a mulher. Poderia trabalhar também outros temas como a pornografia, como você cita. Mas a minha especialização é em Direito Penal. E temos um leque vasto nessa área. A violência é algo que procurei me aprofundar. Todavia, há muitos outros profissionais que desenvolvem o tema relacionado a pornografia. Então, veja quem trabalha esse tema para que possa explorar melhor o assunto.

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