Vítimas de violência psicológica: Você sabe como identificá-las?

A violência psicológica é um tipo de violência doméstica sutil. Ela começa de maneira leve, depois passa para a fase moderada, até chegar a fase grave, que onde a vítima já não consegue mais esconder o que sofre.

Descobrir que se é vítima desse tipo de violência é um choque para muitas mulheres. A maioria acha que seus parceiros são os “heróis” que vão “salvar ” suas vidas, e fazer de tudo para que o seu mundo encantado, permaneça intacto. É difícil acreditar, mas muitas mulheres só se ” percebem vitimas” quando discordam das colocações feitas por seus parceiros. A ideia é ” Enquanto elas agem conforme esses homens “manipuladores emocionais” querem, elas são perfeitas. A partir do momento que deixam de ” inspirar” esse homem, aparecem as reclamações, piadinhas, desdenho e outras formas horrendas desse tipo de situação. Primeiro, todo manipulador emocional, ele precisa se tornar o centro das atenções na relação, ou seja, é ele que conta situações engraçadas, os acontecimentos heroicos, o dia de trabalho que ele salvou os amigos na empresa que trabalha. Quer dizer, ele é trabalhado na “casca dourada” não por mérito, mas por se ” achar importante “. A mulher não, ela é diferente e quem tem menos importância, é justamente quem oferece o apoio necessário para esse homem se sentir ” pomposo. Se essa mulher, por algum motivo acorda para o problema e começa fazer as mudanças necessárias, esse homem começa a olhar para tudo aquilo com ar de estranheza. Então, ele vai aos poucos criando um cenário desfavorável a ação dessa vítima. Primeiro, ele começa depreciando a mulher, tratando com indiferença, fazendo com que ela se sinta menos importante, ou mesmo ” fazendo um elogio e em seguida, dizendo que ela tem que melhorar mais”. É uma maldade disfarçada de aceitação. É o famoso ” não concordo com você e nem por isso acho que você é burra”. Ou seja, dia após dia, esse homem vai minando a autoestima dessa mulher. Ele diz que ela já não sabe tolerar as coisas, que não cuida dela, que não se veste como as amigas de trabalho dele, e que ela está gorda e feia. É uma verdadeira genialidade para fazer maldade com indiferença, sem pensar no dano psicológico que causa a companheira.

Muitas mulheres, por amar e não terem coragem de ter um posicionamento autêntico dentro da relação, vai aceitando ser maltratado e despeitada no seu direito de mulher. como se diz no bom português ” vai engolindo veneno ” todos os dias, até que o ataque é fulminante por parte do agressor. Ele não neutraliza o machismo explicito nas palavras, fazendo que, aquela mulher pareça alguém sem valor, ou seja, um ” farrapo de gente”. Assim, dentro desse contexto de tratamento não igualitário, essa mulher começa definhando pelos cantos da casa. Um dia, ela fica pensativa no sofá, chora na cama ( que é o local morno e confortável), na cozinha enquanto prepara o almoço, esperançosa que esse homem se arrependa e peça-lhe perdão.

O manipulador emocional, conhecendo o comportamento vítima, no começo, ele até procurar confortar essa mulher, tento fazer com que ela saia daquela situação desesperadora que se encontra. Mas com o passar do tempo, ele vai ignorando os problemas do casal. E para piorar a situação, é essa mulher quem passa a negociar com esse manipulador. É ela quem abre mão de ser quem é, para agradar esse homem que age se posicionando contra ao que ela faz para agradá-lo.

Todo manipulador age da mesma forma?”

Não. A maioria age de acordo com o que quer. Os mecanismos de manipulação variam conforme a resposta que esse manipulador emocional deseja. Um dia, pode querer abusar só para deixá-la chateada. No outro, ele pode parte para as vias de fato, ou seja, é grosseiro, não pesa as palavras. Agora não se pode dizer que um manipulador se sustente só em palavras. Muitos partem para ação. Um exemplo do que falo seria, não basta mudar o equilíbrio dessa mulher, é preciso abusa dele. Um dia esse homem provoca, dependendo da reação dela, existe a possibilidade de uma pegada mais forte no braço dessa vítima, ou um puxão de cabelo, um empurrãoquem sabe. Tudo vai depender da forma que o casal vive e o cenário que coopera para esse tipo de violência. Os mecanismos de poder da relação são sentidos de todas as forma, como disse, da maneira simples que é a leve, a moderada, até chegar na forma grave, que neste caso sim, já evolui para a violência física.

É importante dizer para essa mulher que é vítima de violência, que “ela não se acostume”. Relacionamento não é sobre quem mostra posição de poder, ou quem detém o poder. Não é deixar que o outro te trate com desrepeito e faltado de humanidade. Alguns homens tentam encobrir a questão relacionada a maus-tratos. Eles dizem que a parceira fala demais, que é chata ou coisa parecida para não arcar com a responsabilidade que tem dentro da relação. Atenção mulher, não se deixe ser vítima desse tipo de coisa. Entenda que toda violência, ela é falada e sentida e no último caso, fatal- que é quando culmina na morte da vítima. Portanto, a diferença entre uma e outra, é a maneira de como dar-se o problema. Ao conseguir identificar que você é vítima de violência psicológica, peça ajuda.

Marii Freire Pereira

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Imagem: pinterest/Hoorain noor

Santarém, Pá 23 de maio de 2022