O ser humano encontra o seu valor no afeto

” O ser humano encontra o seu valor no afeto”.

Marii Freire Pereira

As relações afetivas solidificam-se no psíquico, de modo a fazer com que homens e mulheres reconheçam nesse tipo de manifestação, um gesto natural da vida, que vai além do amor. O afeto transcende a própria natureza humana, estreitando diferenças e criar laços genuínos entre indivíduos pertencentes a mesma família, ou meio social.

Quando se fala de afeto, tem -se na mente, o exemplo de uma mãe amorosa com seus filhos, não tem? Sim, porque a figura da mãe tem um vínculo biológico com o filho. Esse detalhe, é extraordinário. Todavia, Sabe-se que além da obrigação de cuidar e oferecer proteção, uma mãe muitas vezes, assume o papel do pai, quando este não tem o respaldo biológico de oferecer uma postura íntegra a seu filho, bem como o dever de cuidar. Essa mãe, diante da situação exposta, ela reconhece que o filho ou filha, precisa de carinho, de amor, amparo e cuidado, o que o outro indivíduo, não teve condições de oferecer. Isso, dar-se seja pela recusa ( abandono) ou pela desconstrução da figura paterna que por algum motivo rompeu-se de forma legítima na vida da criança.

Quando se fala que os pais têm obrigação, de fato, eles têm. O que muitos pensam não ter é responsabilidade, porque ao agir desastrosamente, digo ” quando abandonam seus filhos e filhas”, estes sujeitam a mulher, a formas discriminatórias na sociedade. Uma mãe por pior adjetivo que receba, ela nunca deixa de amar seus filhos. A ligação materna é forte a ponto de manter o vínculo materno sempre ativo.

Quando uma mãe toma para si a responsabilidade, que vai além do vínculo genético, ela eleva o valor afetivo sobre a própria cria, pois concentra esse poder no fórum íntimo de suas emoções. Ou seja, essa mulher ativa o modo solidariedade, em face daquele que é sangue do seu sangue e carne de sua carne. Essa mãe não questiona sobre o desamor do pai. Mas envolve o seu filho ou filha com o carinho sem igual. É como quem se rebela diante dos valores da própria vida, é expressa sua força no ato derradeira de coragem.

Hoje, falar sobre família, é antes de mais nada, trazer para perto o conceito íntimo de afeto. As relações familiares hoje, certamente, mais do que o próprio amor, baseia-se no afeto. O que mantém a família hoje, junta diferentemente do passado é o afeto. Eu ia usar a palavra ” unida” mas optei por junta, porque embora, não se divida o mesmo espaço, principalmente por conta de divergências, há um elo que liga os indivíduos entre si, que não é o amor, o carinho e o respeito. Embora, todos eles sejam importantes para compor esse cenário familiar, mas torno a repetir, é o afeto – que tem força de sobressai o amor. Ainda que uma família se separe, sempre haverá essa ligação forte entre seus membros, capaz de conter valores, e até se ” abracar” por exemplo, depois de uma reviravoltas

O afeto não depende de outro sentimento para existir entre indivíduos de uma mesma família. Ou diria até mesmo ” de uma família de diferentes membros” que se compõe-se de forma aleatória. Sim, uma família pode ser composta por duas pessoas: uma avó e uma neta, e um animal de estimação. Na verdade, não tem regra, tem a questão do cuidado, do amor, do respeito e afeto. Sabe-se que família não é uma questão de sangue, mas de quem cuida, que dá amor. Pai e mãe é genitor! Família é um conceito extenso, e as relações são sempre pautadas nas condutas recíprocas entre cada indivíduo.

O maior ganho da humanidade, não são as jazidas de ouro, algo que expressa valor, e que por vezes, cansa os músculos pela tão sonhada busca pelo poder. Mas é, o que o liberta das ilusões. Ilusões, das diferenças, do calar, do entristecer, do afastamento. Às vezes até mesmo do desejo da exclusividade. O fator biológico que conta na história da humanidade é o afeto, que afasta toda e qualquer diferença. Ainda que você não tenha coragem para dizer que ama, que sente saudade e que deseja falar […], certamente a realidade afetiva prevalece em qualquer diferença dentro dessas relações. Portanto, as famílias são constituídas por vínculos que se estreitam e reconhecem o seu valor.

Marii Freire Pereira

https://Pensamentos.me/VEM comigo!

Imagem ( Autoral)/ Pensamentos.me/ VEM comigo!

Santarém, Pá 19 de maio de 2022

Publicado por VEM comigo!

Bacharela em direito, Pós- graduada em Direito Penal e Processo Penal.

5 comentários em “O ser humano encontra o seu valor no afeto

  1. Eu sou essa mãe. rsrs
    Sem dúvida o afeto determina uma família.
    Qdo os meus pais se divorciaram o pouco afeto existente do meu pai para com os filhos acabou. A família continuou sem um dos membros anteriores. Foi o afeto que nos deu força para reunir e seguir com mamãe.Isso dói até hj em mim, e eu já era adulta. Se doeu como adulta, penso nas crianças que passam o mesmo.

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    1. O afeto transcende até mesmo o amor, Silvana. Hoje, o que permite as famílias estarem juntas, não ” unidas” é o afeto. A conexão entre os membros, dar-se através desse elo que estreita as diferenças. Sempre foi e é difícil, por exemplo, um pai “abraçar” um filho e dizer ” eu te amo”. Veja, não digo que não acontece. Há situações onde existe essa relação bonita, mas é difícil. Agora, a construção afetiva, isso é real. Ainda que as pessoas briguem, a relação “dilacere” como você cita a respeito de seus pais, apenas os laços genuínos permanecem.

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