” De um exílio passado entre a montanha e a ilha
Vendo o não ser da rocha e a extensão da praia.
De um esperar contínuo de navios e quilhas
Revendo a morte e o nascimento de umas vagas.
De assim tocar as coisas minuciosas e lenta
E nem mesmo na dor chega a compreendê-las.
De saber o cavalo na montanha. E reclusa
Traduzir a dimensão área do seu flanco.
De amar como quem morre o que se fez poeta
E entender tão pouco seu corpo sob a pedra.
E de ter visto um dia uma criança velha
Cantando uma canção, desesperando,
É que não sei de mim. Corpo de terra.
Hilda Hilst. Passeio
Marii Freire Pereira
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Imagem: pinterest/ Toda Matéria
Santarém, Pá 3 de fevereiro de 2022

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