Estou passando à frente sem alarde.
Sigo discreta no meu avesso
Grito por dentro
Como toque do recomeço.
Não trago comigo armas
Não quero colisão com nenhum dito dos meus pensamentos
Menos ainda – com pessoas.
Venho da sobra dos escombros do que fui.
Tenho um só corpo
E nele carrego feridas que precisam cicatrizar.
Fui queimada viva
Vi meus sonhos estilhaçados pelo chão.
Coração cobriu-se dor
Pensamentos desalinhados
Me fizeram apagar a lembrança do que fui.
Me humilharam, torturaram.
Desde esse dia, a menina perdeu a sua constelação.
Mas hoje, em meio a esse mar de revolta
Eu vejo na reviravolta
A oportunidade de um novo recomeço.
Peguei na mão da menina que ficou perdida em algum lugar dentro de mim e disse: ” vamos!”…
A nossa viagem não termina aqui
Olhe para o céu, não é o fim
Mas o encontro com a via láctea.
Marii Freire Pereira
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Santarém, Pá 9 de setembro de 2021