Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar! Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou neste mundo imenso a exilada.
Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!
Se eu sempre fui assim este Mar- Morto,
Mar sem marés, sem vagas e sem porto.
Onde velas de sonhos se rasgaram.
Caravelas doiradas a bailar…
Ai, quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram!…
Florbela Espanca. CARAVELAS. Vol.2. Livro de Soror Saudade, Charneca em Flor e reliquiae. Porto Alegre: L& PM, 2018.
Marii Freire Pereira
https:// Pensamentos.me/ VEM comigo!
Imagem ( Arquivo Pessoal)
Santarém, Pá 18 de Junho de 2021
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