Quem me dera voltar à inocência
Das coisas brutas, são, inanimadas,
Despir o vão orgulho, a inocência:
Mantos rotos de estátuas mutiladas!
Ah! arrancar às carnes laceradas
Seu mísero segredo de consciência!
Ah! Pode ser apenas fluorescência
De astros em puras noites deslumbradas!
Ser nostálgico choupo ao entardecer,
De ramos graves, plácidos, absortos
Na mágica tarefa de viver!
Ser haste, seiva, tramita inquieta
Erguer ao sol o coração dos mortos
Na urna de oiro duma flor aberta…
Florbela Espanca. Não ser. Poesia. Vol.2. Livro de Soror saudade, Charneca em flor, Reliquiae. Coleção L&PMCLASSICOSMODERNOS. Porto Alegre, 2018
Marii Freire Pereira
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Imagem.lisboaride/ Instagram
Santarém, Pá 17 de fevereiro de 2021
Gosto muito de Florebela Espanca. Obrigada! Tenho um poema preparado baseado numa das suas citações.
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Que maravilha. Eu também gosto muito dela.
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Gosto sempre muito da sua seleção Marii! Um bom dia para si!
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Filipa, obrigada.
Desejo que tenhas um ótimo dia!!
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