QUANDO EU DECIDI ficar límpido
e buscar corpo a corpo a infelicidade
para jogar os dados,
encontrei a mulher que me acompanha
a torto e direito na noite
na nuvem e no silêncio.
Esta é Matilde,
desde Chillán
chama-se se assim,
e chova
ou troveje ou saia
o dia com seu pelo azul
ou a noite delgada,
ela
sempre-sempre,
Pronta para minha pele,
para meu espaço,
abrindo toda as janelas do amor
Para que a palavra escrita voe,
Para que se cubram os móveis
de signos silenciosos,
de fogo verde.
Pablo Neruda [ QUANDO EU DECIDI…]. Últimos Poemas. Edição bilíngue. ( Coleção L&PMCLASSICOSMODERNOS). Porto Alegre, 2018
Marii Freire Pereira
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Imagem ( Arquivo pessoal)/ VEM comigo!
Santarém, Pá 5 de fevereiro de 2021