“O ouro fulvo do acaso as velhas casas cobre;
Sangram, em laivos de ouro, as minas, que ambição
Na torturada entranha abriu da terra nobre:
E cada cicatriz brilha como um brasão.
O ângelus plange ao longe em doloroso dobre,
O último ouro de sal morre na cerração.
E, autero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,
O crepúsculo cai como uma extrema- unção
Agora, para além do cerro, o céu parece
Feito de um um outro ancião, que o tempo emagreceu…
A neblina, roçando o chão, cicia, em prece…”
Olavo Bilac. Vila Rica. In: Obra. Obra reunida. Org. e introd.Alexei Bueno. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996. p. 269..( Biblioteca luso-brasileira. Série brasileira)
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Marii Freire Pereira
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Santarém, Pá 3 de outubro de 2020