” Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram- me logo por quem não era e não desmentiu, e perdi- me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei é me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever está história para provar que sou sublime. “
Álvaro de Campos ( Fernando Pessoa). Tabacaria. 15.1.1928.
( IPIA) Comunidade de pensamento
Marii Freire Pereira
VEM comigo!
Imagem: Pinterest. Revistaprosaeversoearte.com
Santarém, Pá 20 de Julho de 2020