” Depois de tantas visões
já não vale concluir
se melhor é fora
a um tempo os olhos e os óculos.
E se a vontade de ver
também cabe ser extinta
se as visões, interceptadas,
e tudo mais abolido.
Pois deixa o mundo existir!
Irredutível à poesia,
rola, mundo, rola, mundo
rola o drama, rola o corpo,
rola o milhão de palavras
na extrema velocidade,
rola- me, rola meu peito,
rola os deuses, os países ,
desintegra- te, explode, acaba!”.
Carlos Drummond de Andrade. Rola mundo. A Rosa Do Povo. Círculo do Livro. São Paulo, 1945
VEM comigo!
Marii Freire Pereira
Imagem: estudokids.com.br
Santarém, Pá 14 de Julho de 2020
