Afinal, o que é um relacionamento abusivo?
Estamos diante de um tema atual e que tem ganhado o centro das discussões. Mas não se engane, o relacionamento abusivo não é um acontecimento novo; novo tem sido a penas a forma de falar sobre o problema. Mas como saber que você vive uma relação abusiva com ou seu parceiro ou parceira? Sim, muitas mulheres praticam abuso. Na verdade, no que tange essa questão, nós estamos avaliando a conduta nesse tipo de relação. Assim como a violência para que haja esse tipo de acontecimento, é preciso haver um emissor e um receptor. Mas primeiro vamos definir o que é o abuso. O abuso é tudo aquilo que não podemos admitir em relação a nossa capacidade de absorção psíquica que cause ou gere alguma forma de desconforto perceptivo a minha pessoa ou a pessoa do outro.
Aliás, esse é um detalhe que conta muito nesta situação. Imagine que numa relação amorosa-doentia, uma pessoa fale algo sem querer e a outra não se sinta confortável, não sei, – o que disse pareceu grosseiro da parte de quem falou. Isso se configura um abuso? Não, porque não houve a intenção de ferir ou atingir de repente a imagem dessa pessoa. O abuso concretizar-se na conduta, na maneira e na intenção que a pessoa tem em atingir a quem ela abusa, ou seja, o problema reside na intenção. Se a intenção é diminuir a pessoa em qualidades ou impor algo que gera conflitos internos sobretudo, causando algum desequilíbrio emocional ou psíquico, ainda que seja sutil, é um abuso e é isso que se deve prestar atenção.
Como no nosso cotidiano existem situações que acontecem com frequência seja pelo que se fala ou nega, às vezes fica difícil de identificar como acontece esse tipo de acontecimento, é comum muita gente não perceber. Mas afirmo que situações como essa, são mais comuns do que se imagina. É tão comum que a pessoa desconhece e pensar ser brincadeira da parte de quem pratica.
Como identificar uma situação de abuso na minha relação?
Essa resposta é muito importante. Primeiro, é preciso se identificar como vítima. Não tem como tratar desdenho por exemplo, como algo que você acha que não tem nada errado nisso. Tem. E o fato que caracteriza essa situação que você deve observar é justamente, a maldade nas atitudes do seu parceiro. Ele falou algo com o propósito de te atingir mesmo? É isso que deve ser encarado. No plano psicológico, algumas falas deixam marcas para sempre no psíquico da outra pessoa porque ela não consegue digerir o que ouve a respeito de si mesmo (a). A dica que deixo é: se causa inquietude ou seja, se faz você ficar pensando várias vezes na mesma coisa que ouviu, é um abuso.
SE VOCÊ ENTENDE O QUE É UM ABUSO QUESTIONA
Se a mulher entende o que é um abuso, ela vai falar, até porque é preciso essa comunicação para o relacionamento tenha condições de sobreviver. Quando a mulher fala; quando comunica o parceiro por ter sido grosseiro em um determinado momento, ela tem ” liberdade ” de pensar e questionar, o que é importante em todo relacionamento – seja no seu pensamento ou forma de ser. Agora, para aquelas que não tem esse direito respeitado, a coisa é bem mais complicada. Ora, imagine que a mulher que sempre ouve do marido, companheiro ou namorado frases como ” Olha esse teu cabelo…que ridículo!” ou você está gorda, feia e se veste mau.” Isso fica no psicológico da mulher como algo que repete essas ideias mil vezes, causando-lhe uma espécie de desconforto. É perceptivo, compreende? E a cartada final que muitos homens dão é fazer comparações com outras mulheres, coisas como ” Mulheres bonitas são amigas do trabalho, porque se vestem bem”. Deu para compreender o que estou dizendo? Cuidado com a sua saúde se você está acostumada a passar por situações abusivas desse tipo. Elas são mais comuns do que parecem e, ocorre num campo sutil dentro de uma relação de poder, onde o outro nao se importa muito ou não tem responsabilidade afetiva e respeito por quem estar ao seu lado.
QUANDO A MULHER PASSA A ENXERGAR O PROBLEMA?
Lembrando que essa situação não um acontecimento novo; novo tem sido a discussão sobre ele. A verdade é que esse cenário foi muito tumultuado, vamos dizer assim. A mulher sempre passou por isso sem poder fazer alarde ou seja, sem reclamar. Não é que ela não enxergasse – enxergava, mas nunca pode falar. A dor por essa é outras situações sempre existiram. Todavia, a mulher só passa a falar sobre os maus-tratos que sofria e outras situações, apartar de 1977, quando surge a lei do divórcio. Antes, não. Antes, eram educadas a renúnciar seus direitos para se manter um bom casamento. Além disso, elas tinham que respeitar seus maridos sob qualquer plano. A sociedade sempre responsabilizou a mulher pelo sucesso do casamento e relacionamento mesmo que para isso, elas tivessem que se calar. Aliás, o silêncio era algo muito presente. – sem questionar, sem acrescentar ideias; somente entender o que era decidido pelo marido, assim viviam durante toda vida.
” A lei do divórcio foi um divisor de água importante na vida da mulher, porque dentre outras coisas, lhe permitiu dilacerar esse músculo de uma sociedade patriarcal que oprimia a mulher e, a fazia repetir ideias de que, pelo fato do homem ser o provedor, ele tudo podia”
Com o advento do divórcio, a mulher passou a falar e mostrar que o homem que sempre foi o seu amor, também o tempo inteiro, lhe violentou. Na verdade, com esse acontecimento importante, a mulher externar o que protegia absurdamente, porque era instigada a isso. Os abusos de modo de modo geral aconteciam e continuam acontecendo. Hoje, a violência, os famosos ” acidentes “, como muitas ainda teimam em afirmar que sofrem porque elas ” caíram da escada ou escorregou no banheiro; sei lá, bateu o braço na porta ” e coisas do tipo, é reflexo do que sempre viveram caladas. Então, você nota que o abuso sempre existiu, mas faltava quem os denunciasse. Hoje por exemplo temos uma lei que oferece proteção à mulher que é a Lei Maria da Penha, e por meio dela, tem se denunciado mais esse tipo de acontecimento.
É importante ressaltar que ninguém precisa viver dessa forma, digo ” sofrendo abusos” ou a violência como vemos em muitos casos. A relação boa, é aquela onde existe respeito e equilíbrio. E que se não houver, você pode viver muito bem sozinha. É importante comprernder que você não morre por que o outro não te quer ou te trata de qualquer maneira. Mais do que amar de qualquer forma, você precisa se amar para não aceitar qualquer coisa. Você é importante mulher, se coloque sempre nessa posição. Portanto, se ame, se respeite.
Marii Freire. Relacionamento Abusivo
https://Pensamentos.me/VEM comigo!
Imagem: Autoral
Santarém, Pá 2 de dezembro de 2023

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