A violência é gradativa

Nenhuma forma de violência contra a mulher, dar-se de maneira imediata. Não, ela obedece uma ordem cronológica e, vai ganhando formato em pequenas situações referentes a vida e as muitas experiências dessa mulher.

” A violência contra a mulher, acontece em passos gradativos. “

A princípio, a base dessa violência vem da infância, e a depender do que o adulto “trouxe de casa”; não é regra, mas na maioria dos casos, ocorre dessa forma, ele vai repetir o exemplo na sua relação com a namorada ou esposa. Digo isso, porque se vive essa experiência em casa e se leva para fora dela, ou seja para as nossas relações íntimas. Quer um exemplo simples do que falo? O homem pede para a mulher fazer algo que ela não se sente confortável em fazer aquilo no momento, mas o homem diz assim: ” Deixa de frescura!”. Você nota que a partir de pequenos acontecimentos como esse que, nascem os verdadeiros motivos que levam as diversas formas de violência? É o mínimo do dia a dia, junto a insensibilidade e falta de respeito que, “repetido várias vezes”, causa um dano psicológico na mulher. E vai “acumulado, acumulado…”, até se tornar algo maior. O tratar com abuso, o homem desrespeita a mulher. Não só desrespeita, mas caminha para um processo onde faz com que ela sofra. E sofrendo, no momento posterior, é difícil o casal fazer a reconciliação, porque uma vez ferida essa mulher, ela se sente injustiçada dentro da manrira grosseira de falar do outro. Evidente que, o que falo em relação a essa questão serve também para o homem. Ambos praticam a violência. Eu uso o exemplo da mulher, porque ela sempre foi quem mais respondeu por sofrimentos desnecessários na história.

Acredito que ao falar de violência, grande parte das pessoas, compreendam que estou chamando atenção para condutas abusivas. São elas que costumam abrir caminhos para atos de crueldade. Às vezes, você consegue perdoar algumas falhas, mas abusos e violência, são acontecimentos difíceis de atribuir perdão, principalmente, por quem não deseja despertar para mudança, que muitas vezes, é o parceiro agressivo. Geralmente, essa pessoa não muda, porque não enxerga erro nas suas atitudes.

A violência é o que mais dá raiva, porque na consequência do ato, a varredura do erro não acontece; e veja em qualquer nível, ela pode chegar: a morte. A violência nada mais é do que o poder, a força… que, acaba sendo transformada em crueldade. A violência é sobretudo, alguém tentando intimidar o outro por meio de atos de poder desiguais para obter vantagens. Às vezes, quando se trata da violência doméstica, é um acontecimento sutil, que acontece por neio de atos de cobrança ( violência psicológica). Por isso é importante haver um trabalho de conscientização, em especial para às mulheres que muitas vezes, demoram para perceber que são vítimas de relacionamentos abusivos.

Culpa

Muitas mulheres se sentem culpadas por sofrer situações de injustiça, de agressão, de apanhar mesmo, sabe? Mas, a palavra não é culpa, é falta de conhecimento. O conhecimento libera você da sensação de culpa. O que muitas vivem é crueldade persiste. E se faz necessário punir esses criminosos. O sujeito que bate, agride , ele não é um canalha, é um criminoso e deve responder por isso.

Acredito que a nossa Justiça trabalha para melhorar a vida de todos, em especial, a vida da mulher que vive em situação de violência. Crime não deve ser perdoado! Quem os prática, deve responder perante a lei. Amor é uma coisa; poder e abuso, é outra. É importante que a mulher se respeite; respeite seus filhos e a vida que deseja viver. É importante cuidar da família para prevenir esses dramas. É necessário ressaltar que a mulher tenha um homem ao lado que a respeite e tenha admiração por ela, porque dessa forma, um cuidado do outro, tudo flui naturalmente. É importante que o casal, a família tenham prazer de viverem e serem felizes juntos.

Marii Freire. A violência é gradativa

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Imagem & criação: Marii Freire

Santarém, Pá 29 de setembro de 2023