Submissão feminina

” A submissão impede que a mulher exerça de forma plena, o seu papel na sociedade. “

Marii Freire.

O tema submissão que vou tratar no texto, na verdade, é uma proposta leve, sobretudo que faz- nos refletir sobre questões atreladas a comportamentos e atitudes. Claro que, a submissão ao longo dos séculos sempre trouxe resultados negativos, e prevaleceu, como ainda prevalece, principalmente, no tange a situações ligadas à pressões sociais culturais e religiosas. Mesmo tendo avançado em tantas questões, ainda vemos resquícios da submissão feminina em nosso cotidiano, situações que restringe não só os passos, mas estabelece como a mulher deve ser e se comportar.

A submissão feminina traz à mulher, consequências negativas. Há quem olhe muito para a questão patriarcal, digo ” o peso que esta exerceu na formação da identidade da mulher. Mas não vou me atrelar de fato, a essa questão. Nem vou procurar buscar exemplos pautados a comportamentos de 50 anos atrás, por exemplo. Nada disso! A proposta central aqui, é trazer uma reflexão a respeito de sequelas negativas que isso tem nas relações amorosas. E não fugindo do tema que trabalho, vou citar a violência doméstica, como vocês conhecem o meu trabalho.

Sabemos que a violência contra a mulher ainda é um problema muito sério em nosso país. Muitas mulheres por se manterem presas a relações doentias, parte destas, perdem a própria vida, como nos mostra o feminicidio. Não é à toa que o Brasil ocupa o 5⁰ lugar no Ranking Mundial de Feminicídio , ou seja, mortes de mulheres.

É sabido que a mulher foi educada a saber ” revelar” os abusos, as humilhações, a violência sofrida, de modo que, independente da situação, ela deveria fazer um casamento ser longo e ” feliz ” como se pode fazer esse olhar para o passado. Embora, seja bonito contar algumas histórias, a responsabilidade maior sempre foi atribuída a mulher. Isso é preocupante porque, ao lançar esse desafio à mulher, se deixava de observar por exemplo, o insucesso de muitas histórias, devido principalmente ao que? Devido a forma desumana que muitos maridos tratavam suas esposas. Humilhações costantates, sofrimentos, muitas eram violentadas sexualmente. Já dentro de outra realidades e períodos históricos, a coisa era muito mais complexa, porque estas, eram tratadas como ” escravas”. Mas todos eram conhecedores e coniventes de tal realidade. Não só conhecedores, mas se achavam no direito de agir com suas mulheres como bem quisessem. Afinal, se a gente pegar exemplos atrelados a costumes, sabemos que estes sempre tiveram peso de lei; Lei escritas como as que temos hoje. Em exemplos de casos mais recentes, algumas violações de direito, se percebe que havia até a proteção da lei, como é o exemplo do débito conjugal. Hoje, não mais, porque viu- se a necessidade de corrigir muitas falhas, inclusive essa.

” Antes, o que hoje se tem como crime de estupro, eram uma prática comum e aceitável no casamento. “

A submissão sempre foi uma prática bem vista para que todos pudessem viver confortável, menos quem sempre mais perdeu com ela – a mulher. Você acha que submissão trata somente de casa bem cuidada e comida posta na mesma na hora certa? Não mesmo, o assunto é extenso. Há 50 anos atrás isso tinha muito mais força que hoje. Ora, hoje! Momento macro onde se discute o Empoderamento Feminino.

É muito difícil falar do assunto, sem tocar em algumas feridas. Parir e administrar uma casa, nunca correspondeu ao ideal de algumas mulheres. Não é que não seja gostoso ter uma família grande e sentar à mesa, não me interprete de forma errônea. É que muito daquilo que se acha bonito, é muito caro, para quem se propõe fazer, ou seja a mulher. Antigamente, famílias extensas eram bastantes comuns. Hoje, não temos mais isso. Todavia, atrelado ao conceito de família, há claramente muita coisa intolerável. Imagine, a mulher ter que viver parte do que viveu no passado? ” Cá pra nos”, muitas ” ainda vivem” sob esse prisma de total obediência ao marido. A mulher que vive dentro dessa situação, é um ser sem vida própria, alguém incapaz de escolher a roupa que vai vestir ou escolher a comida que leva à boca. Muitas mulheres não dão opinião sobre as questões que os homens decidem, ou seja, prevalece a coisa da submissão. Tem mulher que não escolhe nem a tinta da parede da sala, porque o marido não deixa. Infelizmente, a máxima é verdadeira. Há homens que querem mulheres que os sirvam única e exclusivamente. Existem aquelas que ainda tratam os seus maridos como ” papai!”. Sim, muitas se calam, se anulam, sofrem caladas, inclusive traições e ” relevam” para manter um casamento fracassado, como ” feliz”. Agora, mesmo diante de novas mudanças culturais, as que se opõe a tal realidade, e levanta a voz ao marido que age com desrespeito e consideração, ele diz ” histérica!” como forma de desqualificar a sua fala para justificar as próprias canalhices. É a8nda um reflexo claro do machismo que não quer ser contestado.

A submissão deixa marcas profundas

A submissão deixa marcas para sempre na vida de uma mulher, principalmente, aquelas que despertam e dãoum basta aos maus-tratose violência. A mulher que não se submete a viver de forma desigual, ou seja quando ela percebe que não está sendo tratada com o devido respeito, é a mulher que finalmente compreendeu que há coisas em sua vida que são inegociáváveis “. Ela não precisa ” agradar” o tempo inteiro para se fazer querida. Mais, não precisa ” baixar a cabeça ” e ser um robozinho de ninguém. A verdade a que a mulher não precisa se submeter à experiências como nos exemplos citados. Hoje, a mulher tem voz, bem como a proteção da lei. Embora, não se possa modificar essa realidade de forma saudável e repentina, porque ainda haverá muitas mudanças, seja no sentido culturais, sociais e religiosas, as poucos, já se notas resultados significativos. E a esperança é fazer com a mulher alguma possa olhar para a sua trajetória com orgulho.

Marii Freire

https://Pensamentos.me/VEM comigo!

Imagem: Autoral

Santarém, Pá 30 de junho de 2023

Publicado por VEM comigo!

⚖️ Bacharela em direito, Pós - graduada em Direito Penal e Processo Penal. 📚 Autora: MULHER Do ostracismo à luta pelos direitos nos dias atuais e O Amor Verdadeiro Contesta. Ambas as obras são lançadas em parceria com a Editora Viseu/ Brasil. . Palestrante