Violência Contra a Mulher

O patriarcado tem muita dificuldade em admitir que ele promove condições que violam os direitos da mulher. Na prática, o que afirmo nesse sentido, comprova como “ o homem que defende outro homem” que bate em mulher, acaba “ justificando “ tal violência.

A resistência sobre essa realidade é vigorosa, e se manifesta através de muitas falas como: “ o problema é a mulher “ ou “ homens são homens “. Usam repetidamente expressões semelhantes a essas para silenciar o direito da mulher dizer : “ ele me bateu” ou “ ele me desrespeitou”, desencadeando assim uma “ ideia errada “ sobre esse fato. Claro, errar é humano, e não se questiona esse tipo de coisa. Todavia, o intuito principal aqui, é chamar atenção para um problema que isola e dissipa essas ideias errôneas. Aliás, de modo geral, elas “ aprisionam “ a mulher nessas falas, onde mostra um legado de opressão, especialmente, minimizando a real intenção por trás de um conjunto de normas que permanecem firmes, sendo compartilhadas e convencendo aqueles que desfrutam das mesmas opiniões.

Não é difícil se reconhecer esse tipo de manifestação de pensamento. Ele se revela de maneira diferente em muitos espaços, ocasiões, conversas, letras de músicas, rodas de amigos, que ao invés de denunciar o que está errado em relação à violência; não só reforça o que vemos em relação aos números que compõem uma estatística triste, infelizmente como, reforça um conhecido de longa data que é o machismo nosso de cada dia.

Um dos grandes obstáculos em trabalhar a violência é justamente, conter a dor daquelas mulheres que sofrem injustiças.”

Uma das grandes dificuldades em lidar o tema violência, especialmente no sentido trabalhado, é olhar para essas mulheres que sofrem, que são espancadas, – violentadas sexualmente e, saber que isso vem de uma forma comprometida de lidar elas; que pouco muda. Só para se ter uma ideia do que estou falando, são os relacionamentos interpessoais. Muitas se recusam a desistir de uma relação, mesmo sabendo que esse parceiro ou parceira a desrespeita. Isso surpreende- e aborrece porque entre outras coisas, “ não se aceita o injustificável “, ainda assim, destruídas e vulneráveis, que é como muitas vivem, elas se submetem a esse tipo de coisa.

Violência, não se “ justifica.”

Violência, se denuncia!

A violência separa o indivíduo dele mesmo. E quando falo “ separa” é no sentido de destruir a sua humanidade. O homem quando apoia o outro, ao agir dessa forma, digo “ mente” para salvar a própria pele, é porque não se nota aí, a construção do diálogo, do afeto e respeito, – o que na prática coopera para o bom convívio. A mulher ao se sujeitar a um homem que fere não só os seus direitos, bem como a sua dignidade, também abre mão de seus valores., especialmente hoje, na era da informação, onde tanto se encoraja essa mulher a denunciar.

Não basta falar de violência, de comportamento e outros requisitos se a sociedade não tem o desejo de mudar. Mudar significa deixar para trás modelos que já não nos permitem agir dentro do que queremos, especialmente quando estamos diante de tantas [ mudanças ] significativas. Aqui, não falo somente da lei, mas das mudanças culturais e sociais que vem justamente, para abraçar as muitas necessidades referentes ao ser humano; respeitando quem somos e o que desejamos para viver harmoniosamente em sociedade.

Marii Freire. Violência Contra a Mulher

https://Pensamentos.me/VEM comigo!

Imagem: Marii Freire

Santarém, Pá 1 de maio de 2025

Publicado por VEM comigo!

⚖️ Bacharela em direito, Pós - graduada em Direito Penal e Processo Penal. 📚 Autora: MULHER Do ostracismo à luta pelos direitos nos dias atuais e O Amor Verdadeiro Contesta. Ambas as obras são lançadas em parceria com a Editora Viseu/ Brasil. . Palestrante