AMOR

O amor não é traduzível em nenhuma língua. Há conceitos que podem ajudar as pessoas a terem uma ideia do que é o amor na prática. Afinal, existem tantas receitas que ensinam a amar e ser amado. Mas, será que elas funcionam? As pessoas correm atrás de fórmulas mágicas que as ajudem a construir esse mundo, onde seja fácil amar; ter uma relação duradoura sem oprimir ou sufocar a pessoa amada. Todavia, na grande maioria das vezes, elas asfixiam tudo aquilo que é próprio do amor.

O amor é solidário, essa é a minha sugestão. Ele se alimenta de verdade, diálogo e esperança. Mais, o amor é revestido de boa-fé. Nunca ao que estamos acostumados a ouvir sobre condições repressivas, degradante, humilhantes ao ser humano, inclusive, com justificativas que sustentam toda essa coisa atrelada as relações injustas e doentias, como maus -tratos, violência, medo, intimidação, ameaças e outros. Não, o amor não tem seus alicerces sustentados em nada disso. É absurdo vermos pessoas ( homens e mulheres) , roubando a vida, os sonhos a plenitude do parceiro ou da parceira em prol de obediência, subalternidade, autoafirmação. É importante ressaltar que, uma relação que começa dentro dessa perspectiva, ela termina em fracasso.

A problematização do amor nesse caso, dar-se simplesmente, pelo fato, do sujeito pensar em transformá-lo conforme sua vontade. Anota aí: amor é resposta a todas as procuras internas que temos; nunca um problema particular que você conduz a sua maneira.

Se todos aqueles que se dizem “ educadores do amor” , procedem assim, digo: fazendo deste o que bem entende, a visão filosófica, perde sentido. Do mesmo modo, a linha do pensamento patriarcal também, porque o amor deixa de existir, restando somente a dominação do outro.

Para uma mente ingênua, o amor revela a sua miséria no dissabor. Eu, acredito que não. O dissabor, vem justamente dizer que dentro de uma relação, quando falta verdade por uma das partes; coisas que envolvem situações como, trapaças, mentiras, desrespeito, negligência perante resultados que trariam transformação para o bem-estar do casal [ se aplicados fossem], seria muito benéfico. Então, você investiga a coisa por aí. Quando você nota que, a não mudança de comportamento ou de fatores importantes que, implica no descrédito ou mesmo, na morte desse amor, à deteriorização dos acordos, cooperaram para essa triste realidade, que é o que ocorre com bastante frequência entre os casais. Ora:

Não há dissabor no amor. O dissabor existe na decepção, na maneira, na constatação de como o outro se comporta. Amar vai além de levianos sentimentos.

Não basta dizer : eu te amo! Ama? O amor estimula, transforma, faz com que as pessoas se tornem seres humanos melhores. Ele não nega, não vira “ joguinho “ nas mãos de gente manipuladora. É à partir de uma visão autêntica de quem somos e aquilo que somos também fiéis que, acabamos tendo condição de sustentar verdadeiramente, o que sentimos pela outra pessoa. Por trás da arte de amar, existe o sentimento, a grandeza, a doçura da voz, os impulsos que alegram o parceiro ou a parceira; as surpresas, a benignidade para o amor ser fantástico. No amor, é preciso ser inteiro; não “ sabido “ para levar o outro ao engano, a ridicularização, e consequências piores.

Aí está uma “ das” muitas razões de amar, de refletir sobre os nossos valores, de saber ser e ter o privilégio de poder chamar alguém de: meu amor.

Marii Freire. AMOR

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Imagem: Marii Freire

Santarém, Pá 27 de março de 2025