O que mata a gente,
É o contentamento descontente.
É a vida prender seu passo – nem pra trás, nem pra frente,
É olhar para os sonhos da gente,
Rir, querendo chorar,
E com a alma em frangalhos,
Diluir o gemido em infinitos atalhos
Sabendo que é do lado de dentro que se retrata os gritos,
No mais profundo ato de respirar.
O que mata a gente é a punhalada
Que nos pega desprevenidos de madrugada,
Avisando que a nossa hora está por chegar.
E chegando,
Estreita o nó da garganta
Num longo soluçar.
Mata
Expulsa
Todo desespero a nos rodear.
Marii Freire. O Que Mata a Gente
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Imagem:Marii Freire
Santarém, Pá 18 de janeiro de 2025

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