Santarém

Por arte de qual prodígio, se cria um céu assim? Penso. Que coisa maravilhosa é essa paisagem; não é única, porque todos os dias, ela tem uma nova nuance, mas só de olhar para essa imensidão azul de baixo para cima, logo pensa: ” isso é extensão da cor da parede da casa de Deus! – tem que ser.
A minha ignorância pode ser aguda nesse caso, mas decerto relaxo só de enxergar a riqueza transformada em tom de calmaria perante meus olhos. Ora, a própria natureza constrata com as luzes da cidade e as cores do anoitecer. 
Um Tapajós aldaz em vagas horas. Já em outras, corre silencioso, enquanto mostra seus adornos. ” Sozinho, sempre fica mais bonito” Ele é outro rio! Não que eu não goste daquela paisagem cabocla. Mas, onde entra canoas, barcos e navios, o estético muda. Bonito mesmo, é quanto ele é cortado por um relâmpago de céu a céu. – Ah, até o navegante diz: ” Égua, mano!” …” A modo que vai chover!”. E vai mesmo, mas isso é um pulo do onipotente, para depois mostrar para essa gente que logo faz o sol arder.

Bom dia, Santarém!..

Marii Freire. Santarém

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Imagem: Marii Freire/ Orla de Santarém/Pá. Rio Tapajós

Santarém, Pá 6 de janeiro de 2024