Violência Contra a Mulher

A violência contra a mulher é um tema que desperta delicadeza. Mas nós sabemos que não é só isso, ele também merece a consciência da população, da sociedade de modo geral. O Brasil tem números expressivos em relação à violência, em especial à mortes de mulheres, que é o feminicídio.

Nos últimos anos, temos percebido um aumento da violência. Talvez a palavra aqui, nao seja ” aumento “, porque pelo próprio fato da mulher vir denunciando mais, não entendo como aumento, mas uma realidade cruel que, aos poucos vem sendo descortinada ou diria ” desmascarada” de modo a evidenciar essa questão que sempre foi um acontecimento ” escondido ” , algo que pertencia ao particular, mas que agora, vem sendo exposto tratado de forma consistente pelo grau de importância e urgência que há em salvar vidas. Falar sobre violência possibilita hoje, não só avancarmos na discussão, como procurar lidar com essa situação de uma maneira madura, acreditando que os números que não se conhece em relação ao problema, seja maiores do que uma mera especulação sobre a ideia de ” aumento ” que muitos afirmam. Sim, dados que comprovam esses números exorbitantes, só mostram a ponta do iceberg.

” A violência na prática, é muito maior do que se pode imaginar. “

Em primeiro lugar, a proposta sobre o tema é despertar a consciência da população. Mas no dia a dia, vemos justamente, ausência disso. Não se fala! A não ser que a mulher morra nas mãos de seu algoz. Neste caso, a sociedade presta atenção. Enquanto for ” só uma discussão de casal” ninguém se mete. Eis que aí é que mora o perigo. A gente ainda tem a ideia do que ” aquilo que não vemos, não nos toca”, não é isso? A violência é um problema de todos. A consciência que se deseja alcançar em relação ao problema, vem pelo despertar.

” Sobreviver a violência é também uma resposta que depende da sensibilidade do olhar do outro. “

E que diante, muitas vezes da ausência ou impossibilidade disso, a vida pode ser restrita, porque a depender da falta de alternativa, muitas vítimas tornam-se conhecidas. Quer dizer, se conhece o seu rosto, nome, idade e a causa da morte. Assim, o tempo de vida de uma mulher pode ser determinado pelo que a gente deixa de fazer. Parece retórica sem sem consistência, mas o risco de morte que corre algumas mulheres é real, e pode ser agravado diante do não acesso igualitário aos seus direitos, – a vida é um deles. Se vejo que algo estranho acontecer perto de mim, se ouço gritos ou seja, se presencio cenas de violência e nada faço; me torno omisso, porque estou cooperando para um resultado trágico. Da mesma forma que, eu falo isso por experiência própria ao escrever sobre esse tema há uns cinco anos. São poucas as pessoas que comentam, são poucas as pessoas que compartilham publicações dessa natureza. O grau de importância que muitos dão é pouquíssimo. Sinceramente, essa proposta era para ser popular ” como política e futebol”. Muita gente discute, mas dentro de ” bolhas” o que é preocupante.

Considerando que há muitas formas de violência e que a mulher só busca ajuda em último caso, o lar é um lugar inseguro para todas nós. Lembrando que  a violência é mascarada de muitas maneiras. Logo, a morte espreita às mulheres que ainda procuram refúgio no silêncio. Um silêncio que encontra eco na indiferença de outras pessoas. Mas isso, não me desanima; pelo contrário, tornam-se um desafio falar em nome daquelas que precisam de ajuda.

Marii Freire. Violência Contra a Mulher

https://Pensamentos.me/VEM comigo!

Imagem: Marii Freire

Santarém, Pá 16 de dezembro de 2024

Publicado por VEM comigo!

⚖️ Bacharela em direito, Pós - graduada em Direito Penal e Processo Penal. 📚 Autora: MULHER Do ostracismo à luta pelos direitos nos dias atuais e O Amor Verdadeiro Contesta. Ambas as obras são lançadas em parceria com a Editora Viseu/ Brasil. . Palestrante