Cultura Machista

Em toda relação de poder, a vítima não tem consciência do que acontece na maioria das vezes. Então, a pessoa abusiva, ou seja quem usa o poder para dizer que ordena tudo, ela vai apresentar um comportamento autoritário – que pode ser traduzido e compreendido como ” brincadeira “. Veja, a vítima pode confundir algumas verdades que contém coisas de cunho machistas como normal. Normal no passado, no passado. Mas hoje, esse tipo de situação pode receber muitas denominações e acobertar crimes. Ora, coisas que eram aceitas no passado e gerava sofrimento nas pessoas, hoje, não podem ser vistas como ” brincadeirinhas “. Um exemplo do que falo é, dizer que ” o cabelo de fulana é ruim” ou ” beltrano agiu dessa forma comigo, mas esse é  ” o jeito dele”. Você compreende como esse tipo de acontecimento não pode ser aceitável? Se for aceitável, isso parte para algo pior como um assédio ou violência.

No caso da violência, isso potencializa o reflexo da cultura machista que temos, porque todas essas coisas citadas anteriormente, justifica o reflexo exatamente de todo resquícios dessa cultura que, infelizmente, normaliza certos tipos de comportamentos. Assim como, o racismo e diversas formas injusticáveis de violência, eu chamo atenção para o opressor e o oprimido. Da mesma forma que, quando se olha para essa situação, só enxerga a superfície desses problemas, porque tais acontecimentos estão enraizados numa cultura que tende à potencializar essas coisas. A verdade é que, parte do que acontece, é distorcido; em outros casos, negligenciados ou na pior das hipóteses, silenciados, tornando-se uma fonte de sofrimento para as pessoas.

Quando uma pessoa ofende ou incomoda você de forma intensa ou seja, fala coisas que você não gosta e sabe que isso é para diminuir ou desqualificar você como indivíduo, ela abusa do poder que tem, por exemplo, se isso acontece no local de trabalho ou na rua, você vai passando na rua e um desconhecido passa a te assediar de diferentes maneiras, a incomodar mesmo, seja fisicamente ou psicologicamente. É interessante que, esse tipo de atitude é terrível pra vítima. Primeiro, por causar a sensação de poder no outro e impotência na pessoa que enfrenta essa situação calada. Muitas mulheres sofrem com esse problema. Mas não só isso, falo de algo maior, coisas como: violência, desigualdade salarial, desigualdades que aumentam e não só oprime como fere quem sofre.

No caso do machismo, este, ganha contornos reais todos os dias e quem mais suporta o tratamento desigual é a mulher. Ora, um homem parte obra cima do outro em muitas situações. Mas fora de certos ambientes isso se propaga de muitas formas. O que é curioso nisso tudo é que, não se deve mostrar que esse tipo de situação possa ser vergonhoso à mulher, porque é o que parece ainda para muitas falar sobre o que sofrem; tanto que tentam normalizar esse tipo de comportamento. Porém, diante de tudo o que vem sendo trabalhado no sentido de combater esse tipo de situação, especialmente no sentido de punir, muitas mulheres já conseguem identificar algumas condutas e até experiências que envolvem a questão do assédio, inclusive denunciando.

É importante ressaltar que, mudar muitas coisas em nossa sociedade se faz necessário. É preciso uma reeducação do povo, para permitir que algumas estruturas possam ser mudadas, não apenas para garantir mais segurança à mulher. É preciso garantir segurança a todos. Veja, no caso do racismo, é preciso haver respeito para que consigamos conviver bem, sem ofender ou ferir as pessoas. Portanto, não aceite que alguém faça piadas sobre você; sobre a sua pele ou cabelo. É importante que você não se deixe ser tratada de qualquer maneira.

” Não ignore a sensação de desconforto que a outra pessoa causa em você. ”

A ideia atrelada ao respeito, ela é universal. Não importa se você é negro, gordo, gay, careca, magro ou simplesmente, mulher. Qualquer prática machista que venha potencializar uma conduta desrespeitosa em relação à você, deve ser denunciada, seja em ambientes hostis ou no seu direito de ir e vir ou seja, de passar diariamente por uma rua sem ser incomodada. Direitos iguais, geram menos comportamentos abusivos. Lembre-se: sua voz é o seu poder.

Marii Freire. Cultura Machista.

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Imagem: Autoral

Santarém, Pá 6 de novo de 2024