Histórias de coragem são apaixonantes. Elas nos dão a energia necessária para lutarmos e “buscarmos” vou dizer assim ” vencer” as muitas formas de injustiças que temos que lidar a vida toda. O mundo tem inúmeros exemplos dessas histórias. O genocídio, a miséria, as guerras. Enfim, muitos exemplos de sofrimentos que nos afligem. Acredito que a dor é a pior forma que o ser humano tem de aprender. Eu trabalho o tema violência Contra a Mulher e vejo dilemas profundos em relação a esse cenário; coisas que pedem muita resiliência mesmo. Evidente que, cada caso tem a sua particularidade. Todavia, ao longo da história, percebo o quanto as mulheres sempre foram muito fortes. Isso de certa forma, acaba gerando uma carga de coragem fortíssima em mim, porque tento ser voz no meio de tanto silêncio ainda.
” Muitas mulheres calam por medo, por se sentirem sozinhas enfrentando essa batalha. “
Acho que o meu senso de justiça me traria para dentro dessa realidade de qualquer maneira. Sou uma mulher que sempre viu muita injustiça de perto, inclusive já escrevi outros textos falando sobre isso. Estou aqui porque sou mulher, sobrevivi tantas adversidades, e me orgulho disso. Portanto, a minha maior preocupação é fazer um bom trabalho e inspirar outras mulheres a serem resilientes.
Sinto que ainda há um número insuficiente de mulheres que conseguem denunciar. A maioria sofre calada por se sentirem sozinhas. Muitas se perdoam pelas experiências dolorosas que vivem, os traumas, as cicatrizes, a sensação de nunca terem sido amadas ou outras formas de sofrimento que estão expostas. A violência tem muitas faces. Por isso, acho que falar sobre as muitas questões é um jeito de encorajá- las. Veja, não estou estou falando de perdão, mas de justiça. Viver sofrendo por que? Temos uma lei que protege os direitos da mulher. Se a gente ficar com o mesmo pensamento do passado, não faremos diferença hoje, digo ” no momento presente “. É preciso lembrar que muitas crianças ficam órfãs de mãe. E quanto ao pai? Como é que se pode falar neste caso, de um ” bom pai?” Já que este ceifou a vida da mãe? É uma realidade cruel. O perdão é importante para àqueles que sobrevivem a essa barbárie, ele é necessário no sentido de trazer alento às vítimas ( filhos, a mãe da vítima, entre outros membros da família). Ele é bom para que essas pessoas consigam viver em paz com elas mesmas. Mas não podemos esquecer da justiça. Esta, não guarda ressentimentos, mas se faz igual para os homens.
Enquanto essa realidade não muda, muitas mulheres vão continuar morrendo. É isso que desejamos? Não. O país tem números expressivos em relação a violência. Muitas mulheres são estupradas e mortas por seus companheiros ou ex- companheiros. E esse detalhe, continua sendo algo viciante para esses homens, porque muitos não temem a Justiça de nosso país. Então, ela precisa ser mais severa para se fazer respeitada. O que não falta são processos que provam o número absurdo do que estou falando. Detalhe: fora os casos que essas vítimas não relatam as autoridades policiais. Os números que não se tem conhecimento ou seja, não viram estatísticas, são muitos maiores. Todavia, precisamos lembrar que esse trabalho também começa por nós ( sociedade). Eu, você podemos ser pessoas importantes nesse processo. Denuncie, faça a sua parte.
Marii Freire. Coragem
https://Pensamentos.me/ VEM comigo!
Imagem: Autoral/ Instagram/ Facebook/ Tik Tok
Santarém, Pá 5 de outubro de 2024

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