Gisèle Pelicot

Quando se fala de violência sexual, em algumas situações, se percebe o silêncio da sociedade. Isso de fato, soa como uma espécie de ” permissão “, porque a depender do local onde esse crime venha ocorrer, se faz barulho; enquanto em outros, não. É como se as pessoas dissem: tudo bem!”. Não, esse é o pior tipo de reação que existe, porque é como se as pessoas não desse importância ao que acontece.

” Nenhum homem pode tocar numa mulher, sem o seu devido consentimento.”

Nenhum homem. Mesmo que ele seja o seu marido. Pois, todas às vezes que isso ocorre, estamos concordando com a violência sexual. Há casos como o da Giséle que é ” inumano”. Não há outra forma de classificar algo dessa natureza. Ela fica com sequelas para o resto da vida. É um trauma que nunca poderá ser superado.

É constrangedor para mulher passar por esse tipo de situação e, ainda ter que “ouvir insinuações ” que dão a entender que ela ” facilitou” o ocorrido. É um processo doloroso porque atinge a saúde mental e emocional da vítima. A pergunta é: ” Quantas mulheres não passam por isso?”, não digo a mesma situação vivida pela francesa, o que é ” indegesto” para uma sociedade. É uma cena de horror. Mas, falo da violência nossa de cada dia, onde muitas mulheres são ” forçadas” por seus maridos e companheiros, às vezes,  ex- companheiros a transar porque são coagidas? Claro que não são todos os homens que agem dessa forma. Eu chamo atenção para os casos que se enquadram dentro do que vem sendo colocado aqui. O estupro não ocorre somente numa esquina escura, tarde da noite; ocorre em grande parte, dentro de casa.

Essa violência, quase sempre também não tem testemunhas. Em alguns casos, sim. É até absurdo dizer mas, acontece na frente dos filhos, acompanhado quase sempre por arma branca ( faca), a vítima fragilizada, é obrigada ceder. E as que “cedem” sem perceber? Um exemplo, ao serem embriagadas, ou como o caso da Gisèle?

O caso Gisèle é um exemplo que fica para todos nós refletirmos, até que ponto vai a monstruosidade de um homem. Eu falo dessa forma porque ” o homem que é homem ” ele também questiona o que aconteceu com ela. O homem que ama e respeita a sua esposa, a trata com com dignidade. O exemplo da Gisèle, deixa a indignação e ao mesmo tempo, a admiração pela coragem dela expor o que ela viveu.

Hoje, Gisèle Pelicot, tornou-se símbolo na luta contra a violência sexual que sofreu por parte de seu ex- companheiro. Ao mesmo tempo, por meio de sua conduta diz a todas as mulheres: ” não se calem!”.

” Quando uma mulher é violentada, todas somos, pois os abusos, ainda reflete a clara  violação de nossos direitos. “

Marii Freire. Gisèle Pelicot

https://Pensamentos.me/ VEM comigo!

Imagem: BBC NEWS/ FACEBOOK

Santarém, Pá 19 de setembro de 2024

Publicado por VEM comigo!

⚖️ Bacharela em direito, Pós - graduada em Direito Penal e Processo Penal. 📚 Autora: MULHER Do ostracismo à luta pelos direitos nos dias atuais e O Amor Verdadeiro Contesta. Ambas as obras são lançadas em parceria com a Editora Viseu/ Brasil. . Palestrante