Hoje pela manhã, lia uma matéria que se tratava de relacionamento amoroso, e vi algo que achei curioso que foi o título, onde este, “chamava atenção pelas dificuldades de encontrar uma pessoa dentro dos moldes atuais”. Ora, fiquei pensando no passado e imaginando, aonde se encontra o argumento que, certamente justifica o fato, de que supostamente, “era mais fácil viver uma história de amor em tempos pretéritos?”. Não que, eu esteja desmerecendo a ideia de amor, em qualquer tempo verbal. Talvez, a ideia falseada sobre o amor do passado, possa fazer sentido para quem nunca viu de perto muitas formas injusticáveis de tratar o outro, digo ” de tratar o ser humano “. Quem busca a beleza, esquece de toda autoridade do homem em relação à mulher. Se marido fosse, a obrigação do sexo, em muitos casos sem nenhuma forma de afeto, sem carinho, sem paciência. “O débito Conjugal ” era uma forma de expressão violência sobre o corpo da mulher. Havia pobreza de todos os lados, de amor, de falta de diálogo, de abraço. Até hoje, vemos não só na fala, mas na postura de homens mais atingos falando publicamente que “nunca receberam um abraço de seu pai”. Você já observa sob essa perspectiva que muitas formas de violencia, de negação de direitos eram explícitas não só em relação à mulher, que vivia dentro de cenário de submissão junto aos filhos, mas em muitas outras formas. Se conhecia a autoridade, somente vinda do homem e, não o amor. Os valores prevaleciam no que tange ao processo educativo. Nesse sentido, sobressaia a disciplina, a submissão, a docilidade e o conformismo. As pessoas eram impedidas de pensar e expressar seus sentimentos, pior, demonstrá- los publicamente, como hoje fazem.
Hoje, temos o direito de escolher a quem amamos, construir família sobre uma ótica mais humana, onde se procura respeitar o direito da mulher, incluindo o sexual. Não existe mais a coisa do ” abra as pernas, você tem a obrigação de me servir”. Não, não estamos lidando com bichos, com animais para sermos tratados e tratadas como se tal fossemos. Hoje, a relação é consensual ( pelo menos para maioria), que procura respeitar o tempo, o espaço dessa mulher, seus desejos e seus medos. Naturalmente, hoje se consegue abraçar os filhos, as filhas, os pais dizendo um sonoro : ” eu te amo, meu filho ( a). O afeto é visto muito mais presente nas relações do que antes. Outra, não importa se as histórias de amor, são fugazes ou não. Você pode escolher. E necessariamente, não precisa haver a obrigatoriedade de casar-se para construir uma família. Hoje, uma mulher pode ser mãe ( produção independente), sem ser sonoramente chamada de ” puta”, porque era assim que ela e a “cria” eram tratadas no passado. Uma terceira vantagem em relação à mulher, é que ela não precisa ficar casada, vivendo uma relação sem amor, sofrendo violência doméstica, como vovó, bisa e cia, sofreram caladas. Os valores, embora ainda tenham muita força, com toda essas mudanças culturais e sociais, são respostas naturais aos ideais que hoje se busca sustentar em nossa sociedade. E não me venha com essa história de preconceito sobre as mulheres manifestarem o que pensam sob uma ótica machista que, procura violar claramente direitos já conquistados; dizendo que somos criaturas frágeis. Da sobrevivência psíquica, das formas castigos físicos, da negação de afeto, sobrevivemos. A submissão, a docilidade e obediência, deu lugar ao direito da mulher dizer o que pensa, de denunciar a violência, maus-tratos e todas as formas de abandonos. Hoje, só precisamos romper com um entrave que continua sendo uma forma autoritária de buscar sujeição feminina, que classificar todas as mulheres que falam, que diz o que pensar como ” feminista”. O feminismo é só uma forma da mulher ter o direito de ser mulher, de falar principalmente. Afinal, ela evoluiu, estudou, ganhou o seu espaço na sociedade, pode inclusive escolher a quem amar. Querer, violar essas conquistas, não reconhecendo esse passo significativo na vida da mulher, é dizer o contrário das nossas conquistas civilizatorias.
Para homens que sempre “viram e qualificaram as mulheres como seres inferiores”, talvez seja difícil, construir um amor sob aspectos que não corresponde os mesmos valores no cenário atual. E para aqueles que sempre tiveram prazer de terem parceiras fantásticas ao seu lado, as respeitando, vendo e tratando como seres humanos, estes tem os aplausos e admiração de nós, mulheres.
O que faz diferença no amor, e nas relações de modo geral, é a maneira de como as pessoas se tratam. Não é o passado, não é o presente, nem o futuro, até porque não o conhecemos para fazer um juízo de valor a respeito de toda essa emblemática. O que deve ser levado em consideração é como estamos querendo construir tudo isso. A ideia de proteção, nos faz reconhecer a agressividade que dela nasce. Resta nos tratar com afeto, amor e respeito [ se quisermos] receber o mesmo, de quem dizemos amar.
Marii Freire. Relacionamento amoroso. Via Facebook
https://Pensamentos.me/VEM comigo!
Imagem: Autoral/Facebook
Santarém, Pá 27 de maio de 2024
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