A tecnologia e o fracasso dos relacionamentos sociais e pessoais

Começo esse texto fazendo uma pergunta a você, meu caro leitor: o celular te auxilia ou atrapalha nas projeções que você deseja alcançar nos desafios dos dos próprios interesses? O que me diz? Em tempos em que o uso da tecnologia tem sobressaindo ao modo das pessoas de se relacionarem de forma saudável ou seja, fazendo trocas afetivas verdadeiras, olhar no olho, ter um contato mais profundo, transmitindo confiança, calor humano, entre outros. De repente, tudo passa a ser substituído com uma facilidade incrível. Só para se ter uma ideia, não se tem mais rodas de conversas, não damos abraços cheios de carinho e tudo aquilo que é essencial ao ser humano. E por  que? Porque muita coisa vem mudando em termos de comportamento e tecnologia. Ora,  com a chegada do celular, cria- se uma outra forma de atuar no mundo, na sociedade, na maneira de interagir com as pessoas e muito mais. O mundo virtual ganha espaço e se confunde com os fatos do mundo real. Isto é, toda essa novidade, ela transforma a sociedade, bem como, a maneira de se relacionar das pessoas, assim como também  de fazer suas trocas. Agora, a coisa é voltada ao superficial; fazendo com que as pessoas mergulhem no mais profundo do que permite a tecnologia. Porém, naufragando dentro de si mesmas, por saberem somente, movimentar as pontas dos dedos, esquecendo o principal que é mover pernas e braços. Além disso, são incapazes criar qualquer tipo de conexão real com as outras. O aprisionamento é com o celular! O afeto é substituída pela a atenção dada ao aparelho que coloca o indivíduo no epicentro da realidade ( ainda que forjada) que ele busca.

Hoje, é comum vermos o uso da tecnologia nos afastando de forma desenfreada. A maneira excessiva de usarmos o celular por exemplo, parece que tem substituída cada vez mais o desejo da aproximação de um indivíduo com o outro. Hoje, você pode visitar o perfil qualquer lugar do mundo, falar inclusive, com gente sem nunca ter visto pessoalmente ou ter trocado uma  única palavra. Em outras situações, pode até ligar para alguém que mora distante, ajudar, ouvir, abraçar virtualmente, mas sempre mantendo a coisa da individualização. Compreende para onde estamos indo? Cada vez mais, cultivamos o isolamento. E o celular por incrível que pareça, é uma  forma de fazer com que, possamos nos  sentir rodeados de pessoas, mesmo que esse fato, só faça sentido no mundo imaginário. É o momento das relações líquidas que estamos vivendo, falada inclusive por Zygmunt Bauman. Sejam todos Bem- Vidos à chamada modernidade líquida. Aqui, tudo é ao alcance da mão. Mas não se engane com essa fartura de opções, porque tudo é oco, seco e sem vínculo na comunicação.

A dificuldade de socialização nos torna vítimas de exposição no mundo virtual. “

A tecnologia é a grande vilã de todas essas novidades que acabam sendo concebidas pelos meios tecnológicos? Em parte, sim. A gente tá vivendo num modo acelerado, atuando inclusive nessa correria louca. Esse reflexo negativo, reflete também as relações amorosas, nas amizades, no trabalho. Os casais que estão juntos hoje, estão vivendo sem compromisso. Obviamente, não são todos, mas a tendência é essa. Muitos estão juntos, mas ao mesmo tempo solitários, porque não criam vínculos afetivos fortes. Você pode conhecer alguém pela Internet, achar a pessoa o máximo, mas não quer manter o contato físico. Quer sentir prazer, mas não pegar na mão, assumir para a família e os amigos.

Há uma fragilidade muito grande exposta nessa nova maneira de se relacionar. A sensação de prazer existe por conta da facilidade,  mas a de acolhimento é falsa, amparada principalmente, pela falta de sensibilidade. Não há emoção, há existe resposta aos sentimentos verdadeiros, quando se trata do mundo criado pela Internet. O campo cibernético é vasto. Porém, desértico de sentimentos genuínos. Serve somente para viajarmos, não para buscarmos resposta. Apesar da sensação de segurança, é falsa a ideia de inclusão real. Aqui. Todos se comunicam de um jeito frágil. Por isso, é necessário estabelecer limites para manter- se protegido e não se deixar guiar cegamente na desilusão.

Marii Freire. A tecnologia é o fracasso dos relacionamentos sociais e pessoais

https://Pensamentos.me/VEM comigo!

Imagem: pinterest/ Casa e Jardim

Santarém, Pá 23 de abril de 2024

Publicado por VEM comigo!

⚖️ Bacharela em direito, Pós - graduada em Direito Penal e Processo Penal. 📚 Autora: MULHER Do ostracismo à luta pelos direitos nos dias atuais e O Amor Verdadeiro Contesta. Ambas as obras são lançadas em parceria com a Editora Viseu/ Brasil. . Palestrante

2 comentários em “A tecnologia e o fracasso dos relacionamentos sociais e pessoais

  1. Respondendo a pergunta inicial. Tenho dúvidas em culpar apenas a tecnologia. Eu não vivi o tempo sem tecnologia. Hoje culpa-se o celular, antes era a televisão. Tento fazer o exercício de ir até o tempo em que não havia as tecnologias que citei. Para isso, usei o que estudei, o que li, sobre o passado. Acho que essa ausência de emoção, de diálogo, enfim… também existiam. O paternalismo era muito mais forte, por exemplo. Ouvia-se, aceitava-se e calava-se. Em minha opinião, o que mudou foi a velocidade como tudo ocorre que resulta num vazio das relações.

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    1. Eu concordo com você, Silvana. Eu trouxe alguns pontos que mais se debate em discussões. Todavia, essa coisa atrelada ao ser humano, a solidão, o uso de mecanismos atrelados a tecnologia para fugir disso, é algo que depende de cada pessoa. Em algumas situações é prejudicial devido, creio só próprio caráter. Se você souber fa er bom uso, tudo ok. Mas até o paternalismo citado por você, é algo que considero de suma importância para discutir algumas coisas que dizem respeito do afeto. No fundo, nunca tivemos o afeto trabalho nas relações como agora. A diferença é que hoje, as pessoas constroem relações mais superficiais por conta principalmente, da falta de peso da responsabilidade. É tudo muito rápido, e disperso.

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