Humanista

Eu sou humanista. Creio que isso acontece de forma natural na minha fala. Talvez muitos ainda não tenham prestado atenção nesse detalhe, mas ele é muito evidente dentro do meu trabalho. A gente sabe que a proposta humanista é complexa.  E que devemos olhar o ser humano com base em valores internos, não por meio de coisas supérfluas. Atributos externos todos têm, alguns, nem verdadeiros são na maioria dos casos, se você levar em consideração hoje o fato de tantos procedimentos estéticos. Mas valores como respeito e dignidade humana é uma coisa importante, porque nos fazem olhar para o outro, digo ” aquele que é igual a mim”, pelo lado avesso.

” Eu sou humanista. E como todo humanista que há no mundo, o meu olhar sobre o ser humano, é lançado sob uma ótica mais profunda. Isso é importante, porque me permite olhar o outro com dignidade, respeito aos seus valores.

A princípio todo ser humano é bom. É necessário esclarecer isso. Não importa a cor, sexo idade e outros. O que conta é olhar para o todo, não para as coisas sem importância. Claro, o mundo tem estado cada vez mais acelerado diante de um consumo louco, e não é de comida e bebida não, viu? É por imagem, dinheiro principalmente, poder. E a tendência é as relações serem cada vez mais sem consistência, pautadas principalmente em brigas, rivalidades, falta de amor, e desrespeito ao próximo.

E segue assim. Não tem muito como reverter a situação. Por outro lado, existem pessoas que não mudam, que se preocupam com as outras, que luta para que se tenha menos preconceito, violência, disputas, rivalidades. Existem pessoas boas no mundo; pessoas que trabalham principalmente pela ordem, que ajudam as outras a serem mais resilientes. Gente que elogia, que se preocupa com a vida, a situação que envolve a invisibilidade das pessoas de rua. Se você analisar, são muitas situações que exigem respostas. E a maneira de como se olha para essas pessoas, é que nos fazem lutar pelo ideal de uma sociedade melhor e mais justa a todos.

Amor

Quantas pessoas estão jogadas pela rua, com fome e muitas outras necessidades. Hoje mesmo, vi uma moça na porta de uma panificadora pedindo um copo de café e pão para fazer a sua primeira refeição, num dia de chuva? Você tem noção do que é a fome? Eu comprei pão e dei à ela; outra pessoa havia dado café. A vida tem dessas coisas ” é um ajudando o outro “. Espera um pouco Marii, você sabe quem são essas pessoas? Não interessa. São pessoas! Eu não sei o motivo que a levou a rua, mas é um ser humano igual a mim. É isso que não posso esquecer, tem as mesmas necessidades, sente fome, precisade alguém que a olhe como um ser humano. Além disso, já faço um trabalho voltado a violência, significa que me importo muito mais com a dor o outro, porque sei me colocar no lugar dele. Se “eu posso, você pode”. Isso pode ser em casa, no trânsito, em qualquer lugar.

Não podemos enxergar somente a nós mesmos, compreende? Nem as roupas caras da moça que hoje faz shows aos sábados a tarde, para alegrar o público de casa. Como disse, não importa a aparência o intelecto da pessoa, mas olhar principalmente para aquelas que mais necessitam. Amor, só damos ao outro, se o temos dentro de nós. Cuidar também reflete um gesto de amor e preocupação pelo próximo. Olhar o outro com humanidade, fazer algo para ajudar, reflete positivamente as nossas ações. Todos nós precisamos uns dos outros, num grau de necessidade maior ou menor. O mundo não se transforma a cada vez que você vira o rosto, mas todas as vezes que você faz algo ou alguma coisa por alguém. Você ajuda, mas o bem maior é seu, porque mostra o quão grande você é. E detalhe, não faça por mérito, faça porque você entende que o mundo é grande, assim como as duas muitas necessidades. Quem faz a quem necessita, faz a do mesmo.

Pense nisso!

Marii Freire. Humanista

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Imagem: Marii Freire/Pensamentos.me

Santarém, Pá 9 de abril de 2024