Luís de Camões

Amor e fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;

É solidário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões. Lírica. São Paulo: Cultrix, 1976. p. 123). Literatura brasileira em diálogo com outra literaturas e outras linguagens. William Cereja e Thereza Cochar. Atual. São Paulo, 2013

Marii Freire Pereira

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Imagem: Getty images.

Santarém, Pá 28 se março de 2021

Publicado por VEM comigo!

Bacharela em direito, Pós- graduada em Direito Penal e Processo Penal.

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