Chora, irmão pequeno, chora,
Porque chegou o momento da dor.
A própria dor é uma felicidade…
Escuta as árvores fazendo a tempeste berrar.
Valoriza contigo bem estes instantes
Em que a dor, o sofrimento, feito vento,
São consequências perfeitas
Das nossas razões verdes,
Dá exatidão misteriosíssima do ser.
Chora, irmão pequeno, chora,
Cumpre a tua dor, exerce o rito da agonia.
Porque cumprir a dor é também cumprir o seu próprio destino:
É chegar àquela coincidência vegetal
Em que as árvores fazem a tempeste berrar,
Como elementos da criação , exatamente.
Mário de Andrade. Rito do Irmão Pequeno. VI.
. Esse poema pertence ao Livro Azul, também publicado pela primeira vez no volume Poesias, de 1941.sobre o ” Rito ” em carta para Manuel Bandeira. Nova Cultural. Textos publicados sob licença de Carlos Augusto de Andrade Camargo. São Paulo, 1990
Marii Freire Pereira
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Imagem: ( Arquivo pessoal)
Santarém, Pá 18 de novembro de 2020
Dor,sofrimento e evolução são passíveis de crescimento e expansão…Vivamos e aprendamos com as experiências!
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Perfeito!
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