[Com mote de Augusto dos anjos]
No relógio do Céu, o Sol ponteiro
Sangram a Cabra no estranho céu chumboso.
A Pedra lasca o Mundo impiedoso,
A chama da Espingarda fere o Aceiro.
No carrascal do sol, azul braseiro,
Refulge o Girassol rubro e fogoso
Como morrer na sombra do meu Pouso?
Como enfrentar as flechas desse Arqueiro?
Lá fora, o incêndio: o roxo lampadário
das Macambairas rubras e auri- pardos
Anjos- diabos e Tronos- vai queimando.
Sopra o vento – O Sertão incendiário!
Andam monstros sombrios pela Estarada
e, pela Estrada, entre esses Monstros, ando!
Ariano Suassuna. A Estrada, ” Poemas”. [ seleção é notas de Carlos Newton Júnior]. Recife: Editora Universidade da UFPE, 1999.
Revistaprosaeversoearte.com
Marii Freire Pereira
VEM comigo!
Imagem: Wikipédia
Santarém, Pá 3 de Julho de 2020
Paisagem,cores e cheiros do Nordeste!
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Ariano soube muito bem explorar tema, Ananda!
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